São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Juve e Parma polarizam 'calcio' italiano

MATINAS SUZUKI JR.
ENVIADO ESPECIAL A MILÃO

Meus amigos, meus inimigos, enquanto falta ``calcio" financeiro ao ``calcio" (futebol) italiano, a Juventus, de Turim, e o Parma, da cidade do mesmo nome, polarizam as atenções da temporada.
Os dois times têm uma série de cinco confrontos que mais parece uma disputa de playoff na NBA.
Senão, vejamos -como diria aquele cantor negro americano. Amanhã, aqui na escala desta Milão cheia de gerânios e papoulas da primavera, Juve e Parma jogam a partida de volta da Copa da Uefa.
Trata-se do segundo mais importante título europeu interclubes. No primeiro jogo, o Parma venceu por 1 a 0. Leva vantagem neste confronto que será realizado no estádio de San Siro.
Os ingressos já se esgotaram antecipadamente. A previsão é de um maior número de torcedores alvinegros porque, mesmo jogando em Milão, a Juventus tem o mando do jogo.
No domingo, os dois times voltam a se enfrentar em mais uma partida decisiva no Campeonato Italiano de 94/95. Desta feita, será na casa da Juve, em Turim, e a Velha Senhora leva a vantagem.
Com um empate ela fica matematicamente com o título. Mas, mesmo que o Parma ganhe, a diferença de pontos é tão grande a favor da Juve que dificilmente o ``scudetto" escapará de seus pés.
Depois, nos dias 7 e 11 de junho, os dois times voltam a se enfrentar em partidas decisivas -desta vez, para escolher qual deles ficará com a Copa da Itália.
E, ufa!, no dia 23 de agosto, entram em campo novamente para definir o novo patrão da chamada Supercopa Italiana. Está criada mais uma rivalidade para sempre no futebol italiano.

O grande personagem na reta final da temporada do futebol italiano, além da crise financeira, não é nenhuma das estrelas dos milionários elencos.
Ele chama-se Marcello Lippi, tem 47 anos e é um típico homem de Gênova -onde foi jogador da Sampdoria.
Lippi é o técnico da Juventus e apontado como o principal responsável pela volta do ``scudetto" a Turim, depois de uma longa hegemonia milanesa.
Ele é considerado como um excelente montador de time, isto é, como um formatador de padrão tático de jogo.
Alguns mais afoitos já comparam a Juve de Lippi ao glorioso Milan dos tempos de Arrigo Sacchi (taí um bom paralelismo para o Silvio Lancellotti estabelecer).
O próprio Sacchi anda elogiando diplomaticamente o trabalho de Lippi. Mas, mesmo na Itália, é bom ir devagar com o andor porque o santo pode não ser do metal precioso que se imagina.
Lippi, com boa formação, genro de um ator muito conhecido em Gênova (Gianni Barabino), não cai na onda.
Diz que, ainda sem um título na mão, não se pode celebrar nada.

Na escala em Londres, deu para ver a loucura no futebol inglês, com o Blackburn conquistando um título depois de 80 anos. Como se vê, a Lusinha também tem chances este ano. Ciao.
PS: a Yoko Ono está aqui no hotel.

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