São Paulo, terça-feira, 16 de maio de 1995
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Empresários pedem medidas imediatas

SÔNIA MOSSRI
DE BUENOS AIRES

As principais lideranças empresariais argentinas solicitaram ontem ao presidente Menem que adote medidas imediatas de contenção nos gastos públicos, que, por serem impopulares, foram adiadas em função das eleições.
O presidente da UIA (União Industrial Argentina, principal entidade empresarial do país), Jorge Blanco Villegas, disse que, ao ser reeleito para o segundo mandato, Menem não pode mais adiar modificações no Orçamento Federal.
``Estamos sempre num apoio crítico. O governo não pode postergar mais reduções nos gastos públicos para que possa diminuir os impostos", afirmou. Gastando menos, o governo poderia cobrar menos taxas.
Villegas solicitou a Menem que reestude a política de importações, que, segundo ele, estaria impondo perdas às indústrias argentinas.
Empresários, banqueiros e operadores na Bolsa de Valores de Buenos Aires reagiram com otimismo em relação à vitória de Menem ainda no primeiro turno.
A Bolsa de Valores não se manifestou eufórica, mas registrou um alta de 1,81%.
Miguel Angel Broda, um dos mais conhecidos consultores de empresas da Argentina, afirmou que os investidores agora estão ``mais tranquilos".
Segundo ele, a confiança do mercado no governo vai depender das decisões políticas que serão tomadas ou não nas próximas semanas. Broda diz que é necessário resolver urgentemente a crise financeira que afeta o sistema bancário.
O presidente Carlos Menem disse ontem que foi reeleito não pela estabilidade econômica obtida no seu governo, mas ``pelas decisões políticas que são necessárias para mantê-la".
Os banqueiros contam com a reeleição de Menem para recuperar parte dos depósitos que saíram do sistema nos últimos meses.
Darío Epsteim, diretor do Banco de Mayo, afirmou que haverá uma elevação no volume total de depósitos nos próximos 15 dias.
``Vai se retomar a confiança dos poupadores e investidores e se eliminarão as dúvidas que havia antes de 14 de maio", disse Epsteim.
Na opinião do gerente financeiro do Banco Quilmes, Enrique Feuillasier, a reforma do sistema bancário será observada atentamente pelos poupadores.
(SM)

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