São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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D. Luciano analisa vitória

DO ENVIADO ESPECIAL A INDAIATUBA (SP)

O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Luciano Mendes de Almeida, procurou relativizar a importância do controle da presidência da entidade.
Anteontem, os ``progressistas" (integrantes da corrente que elegeu d. Luciano) foram derrotados pelos ``conservadores" na disputa pelos dois cargos mais importantes da CNBB (presidente e secretário geral).
``O sistema da CNBB não depende de uma pessoa. O presidente é um executivo da assembléia, ele pauta sua ação pela da assembléia", afirmou.
Apesar de evitar falar em divisão e de tendências na CNBB, d. Luciano admitiu que a função da Igreja Católica no Brasil é hoje diferente da exercida durante os governos militares (1964 a 1985).
``A igreja não tem a mesma missão, esta não se expressa do mesmo modo. Ampliou-se o campo da liberdade e o uso da palavra pela sociedade", afirmou d. Luciano.
Segundo d. Luciano, a igreja é ``a voz dos que não têm voz". ``Hoje muito mais gente tem voz", completou.
D. Luciano, porém, evitou fazer uma ligação entre esta mudança no papel da igreja e a eleição do ``conservador" d. Lucas Moreira Neves para o cargo de presidente da CNBB.
D. Luciano é arcebispo de Mariana (Minas Gerais) e ocupa a presidência da CNBB desde 1987.
Ele foi também secretário-geral da entidade de 1979 a 1987, quando a presidência era ocupada por d. Ivo Lorscheiter.
Nessa época, d. Luciano era bispo-auxiliar da Arquidiocese de São Paulo.

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