São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995
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'Progressistas' têm maioria no conselho

DO ENVIADO ESPECIAL A INDAIATUBA

Derrotados na disputa pela presidência da CNBB (os ``conservadores" ficaram com os dois principais cargos, a presidência e a secretaria geral), os bispos ``progressistas" conquistaram a maioria das vagas do CEP (Conselho Episcopal de Pastoral).
Formada por nove bispos, a CEP é uma espécie de ministério da CNBB. Até as 19h de ontem, os ``progressistas" haviam conseguido eleger seis dos candidatos que constavam de sua chapa.
Os ``conservadores" só haviam garantido a eleição de d. Cláudio Hummes, bispo de Santo André (SP). Votaram todos os bispos que integram a assembléia da CNBB.
Os bispos que constavam da chapa dos ``progressistas" e que foram sido eleitos para o CEP são: d. Geraldo Lyrio (Colatina, ES), d. Ivo Lorscheiter (Santa Maria, RS), d. Angélico Bernardino (auxiliar em São Paulo), d. Marcelo Carvalheira (Guarabira, PB), d. Demétrio Valentini (Jales, SP) e D. Vital Wilderink (Itaguaí, RJ).
A partir da derrota na disputa pela presidência, os bispos ``progressistas" passaram a priorizar a conquista do maior número possível das nove vagas da CEP (Comissão Episcopal de Pastoral).
Os ``progressistas" procuram ressaltar o trabalho político-social da Igreja sob a ótica da ``opção preferencial pelos pobres". Os ``conservadores" enfatizam o trabalho espiritual.
Os integrantes da CEP são encarregados de conduzir os trabalhos das linhas de ação da entidade. Os nove membros da CEP integram a diretoria da CNBB e, portanto, têm poder de influência em suas decisões.
Além disso, eles coordenam a execução das políticas da entidade: o controle da CEP permitiria aos ``progressistas" evitar mudanças mais radicais que poderiam ser tomadas pelos ``conservadores".
A eleição de uma CEP ``progressista" permitiria também a manutenção de pelo menos parte dos seus atuais assessores -religiosos e leigos que cuidam da aplicação dos programas.
A substituição dos atuais assessores, considerados ``excessivamente progressistas", é um das preocupações dos ``conservadores". ``A estrutura será mantida, mas pessoas serão mudadas. Acredito que alguns dos atuais assessores apresentarão seus pedidos de demissão", disse d. Amaury Castanho, da ala ``conservadora".

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