São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995 |
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Polícia terá de divulgar mortos em tiroteio
DA REPORTAGEM LOCAL As policias Militar e Civil serão obrigadas a publicar trimestralmente no ``Diário Oficial" o número de pessoas mortas em supostos tiroteios no Estado.As polícias também terão que divulgar os números de crimes, prisões, de policiais mortos, armas apreendidas e de ocorrências atendidas no período. Nos primeiros quatro meses deste ano, a média mensal de pessoas mortas em supostos tiroteios pela PM no Estado cresceu 33,9% em relação à média de 94. No ano passado, 44,3 pessoas foram mortas por mês pela PM. Esse número ficou em 58 nos quatro primeiros meses de 95. Neste ano, só a PM já matou 232 pessoas -em 94, foram 520. A Polícia Civil não tem esses números. A lei que obriga a divulgação dessas estatísticas foi publicada ontem pelo ``Diário Oficial" após ter sido sancionada (aprovada) pelo governador Mário Covas. O projeto da lei foi de autoria do deputado estadual Elói Pietá (PT). ``Essa lei vem de encontro a uma política de transparência adotada pelo comando da PM", afirmou o coronel Roberto Lemes, 50, diretor de Comunicação Social da Polícia Militar. O coronel disse que não vê nenhuma relação entre o aumento de pessoas mortas em confronto com a PM e a obrigatoriedade de se divulgar esses números. Segundo ele, desde janeiro a PM já ``remanejou" 200 policiais envolvidos em ocorrências com mortes, transferindo esses homens do patrulhamento das ruas para trabalhos burocráticos. As estatísticas que as duas polícias terão que publicar deverão envolver todo o Estado. A Coordenadoria de Análise e Planejamento da Secretária de Segurança Pública (órgão responsável pelas estatísticas oficiais da área) só possui informações sobre a criminalidade na Grande São Paulo. O deputado disse que tomou essa iniciativa porque as polícias Civil e Militar não têm estatísticas de criminalidade em todo o Estado, ``principalmente no interior". ``Os objetivos são garantir transparência e um controle maior ao trabalho policial e permitir que a sociedade possa acompanhar a evolução da criminalidade", disse. Entre os crimes que constarão das estatísticas estão os sequestros, os roubos, os assassinatos, os casos de tráfico de drogas, os estupros e os latrocínios (matar para roubar). Texto Anterior: O desafio dos empresários Próximo Texto: Gol prensa mãe e filha contra guarita Índice |
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