São Paulo, quarta-feira, 17 de maio de 1995 |
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Jeff Healey traz mistura de rock e blues
CLAUDIO JULIO TOGNOLLI
``A guitarra foi, sem dúvida, nos últimos 20 anos, o instrumento mais poderoso para a consolidação do rock e da música pop. Sou um guitarrista, mas me atenho à tradição do blues. É isso que vou levar ao Brasil", disse Jeff Healey à Folha, por telefone, falando de sua casa em Toronto, no Canadá. Healey é dono de uma sonoridade sobrenatural, porque sobrenatural foi a técnica que ele desenvolveu para dominar a guitarra. Ficou cego quando tinha um ano de idade. E, aos sete, começou a manipular uma guitarra havaiana (chamada ``steel guitar", nos EUA). Com o passar dos anos, Jeff Healey abandonou a dedeira de aço da ``steel guitar". E passou a usar os dedos da mão esquerda no lugar da peça metálica. A artimanha conferiu-lhe um elasticidade peculiar -sobretudo na técnica que os ``bluesmen" chamam de ``bending" (torcer a corda da guitarra a ponto de a nota tocada subir em intervalos de até um tom e meio). Estourou porque tocava como um marciano com uma guitarra no colo (sim, ele usa a guitarra no colo, sentado). Não bastasse tamanha desenvoltura, digna de faquir, Jeff Healey é dono de um vozeirão, quase um barítono. A malha musical que forja, misturando voz e solos pentatônicos (de cinco notas), deu a Healey o status de celebridade. O guitarrista B.B. King, o ``avô do blues", costuma chamá-lo ``gênio". O finado guitarrista Steve Ray Vaughan definia-o como ``revolucionário". Jeff Healey revela que traz para o Brasil uma mistura de seus quatro discos, ``e a platéia vai ter uma boa noção de como se misturam bem, ao vivo, o rock'n'roll e o blues". Diz que vai destacar faixas do último álbum, ``Cover to Cover", e de seu segundo CD, ``Hell to Play" -que, em 1990, ganhou o Prêmio Juno, o Oscar da música canadense. Healey vem ao Brasil com o baixista Joe Rockman e Tom Stephen na bateria. São os três que aparecem tocando em cenas do filme ``Matadores de Aluguel", estrelado por Patrick Swayze. Texto Anterior: Donna Summer diz que nunca sai de moda Próximo Texto: Francês defende 'mestiçagem' da fotografia Índice |
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