São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Lula e Brizola procuram Quércia pelos monopólios

EMANUEL NERI
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

Erramos: 20/05/95
O título "PT e PDT querem Quércia na frente antimonopólio", publicado na pág. 1-5 ( Brasil) de parte da edição de ontem, está errado. Ambos querem a adesão do peemedebista numa frente em favor da manutenção do monopólio estatal do petróleo e das telecomunicações, como informa corretamente o texto.
Lula e Brizola procuram Quércia pelos monopólios
Os presidentes do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e do PDT, Leonel Brizola, tentarão convencer o ex-governador paulista Orestes Quércia (PMDB) a entrar na campanha contra o fim do monopólio do petróleo e das telecomunicações.
O primeiro passo para atrair Quércia foi dado em Brasília anteontem à noite, no lançamento da Frente Parlamentar Brasil Soberano. Lula e Brizola conversaram com o deputado quercista José Aristodemo Pinotti (PMDB-SP) sobre a adesão do ex-governador.
Lula e Brizola ficaram de conversar com Quércia. Para Lula, não há nenhuma restrição ao ex-governador. Se Quércia aderir, a emenda do governo que abre a exploração do petróleo e das telecomunicações ao setor privado poderá ser derrotada.
A possibilidade de adesão de Quércia deu novo ânimo à campanha contra a quebra desses monopólios.
Na última terça-feira, o próprio Lula reconhecia que o governo já tinha números suficientes para aprovar suas emendas.
Otimismo
O otimismo da campanha também aumentou com o elevado número de adesões ao manifesto da Frente Brasil Soberano. Até ontem, 179 deputados tinham assinado o documento.
Os coordenadores da campanha acreditam que esse número poderá crescer a ponto de colocar a emenda de Fernando Henrique na margem de risco.
O governo necessita de 308 (três quintos dos 513 deputados da Câmara) para aprovar uma emenda constitucional.
Em tese, a oposição necessita de 205 votos para barrar qualquer emenda. Mas esse número poderá ser reduzido com as ausências que ocorrem a cada votação. No caso, o governo é que necessita ter 308 votos para aprovar a emenda.
As 179 adesões aproximam a oposição desse limite. Se houver ajuda de Quércia, cresce a possibilidade de virada. ``Se o Quércia entrar, vira o jogo", diz Pinotti. Para ele, a adesão do ex-governador à campanha contribui com, no mínimo, 30 votos.
Amigo e ex-secretário de Saúde do governo Quércia (1987-1990), Pinotti é atualmente um entusiasmado integrante da campanha pró-monopólio.
Segundo ele, o PMDB pode contribuir com muito mais votos do que os dez deputados que assinaram o manifesto da Frente Brasil Soberano.
Nos últimos dias, Pinotti obteve 30 adesões de deputados peemedebistas a um documento que critica a ``privatização a toque de caixa e o fim dos monopólios essenciais ao futuro do país". O texto foi encaminhado à direção do PMDB.
Outros deputados peemedebistas tentam obter adesões no partido à campanha pelo monopólio. Entre eles estão Paes de Andrade (CE), ex-presidente da Câmara, Gonzaga Mota (CE), Maurício Requião (PR), Zaire Rezende (MG) e Marcelo Barbieri (SP).
A campanha deve receber também novas adesões do PPR. Além de Jair Bolsonaro (RJ), os organizadores da campanha dizem ter promessa de voto de Prisco Viana (BA) e Gerson Peres (PA).

Texto Anterior: A Justiça por ela mesma
Próximo Texto: REFORMA; ACORDA BRASIL
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.