São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Governadores articulam acordo

FERNANDO GODINHO
COORDENADOR DE ECONOMIA DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O nó que impedia de colocar em prática a intenção do governo em negociar com os grevistas começou a ser desatado ontem, durante a posse do novo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Sepúlveda Pertence.
Discretamente, o presidente Fernando Henrique foi procurado no plenário pelo governador do Espírito Santo, o petista Victor Buaiz. Ele fora informado pelo PSDB do seu Estado que FHC pretendia acenar aos petroleiros com algum tipo de negociação.
Buaiz procurou FHC sugerindo a negociação. Disse que o risco de desabastecimento de combustíveis forçava governo e sindicatos a repensar suas posições. FHC respondeu rápido, segundo o governador.
``Faremos um apelo para que os petroleiros voltem ao trabalho e negociaremos os dias parados", teria sugerido o presidente.
Buaiz, que tinha o aval dos colegas Miguel Arraes (PSB-PE), Eduardo Azeredo (PSDB-MG), Dante de Oliveira (PDT-MT) e Cristovam Buarque (PT-DF) para conversar com FHC, ligou ontem para o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva.
Repassou as intenções do presidente, mas foi advertido. ``Estamos receosos, pois a Petrobrás quebrou a confiança ao não cumprir o acordo", disse.
Buaiz voltou a ligar para FHC. Falou sobre as considerações de Vicentinho e ouviu de FHC. ``Quando o meu governo dá uma ordem, é para ela ser cumprida".
Ou seja: à Petrobrás foi determinado negociar os dias parados e a rever as demissões, caso os grevistas encerrem o movimento.
Durante a reunião com 13 parlamentares de vários partidos, ontem, o presidente disse que poderá racionar combustível.

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