São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Covas cria 'rolo compressor' na Assembléia

CARLOS MAGNO DE NARDI; GEORGE ALONSO
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador Mário Covas está prestes a consolidar um ``rolo compressor" na Assembléia para aprovar seus projetos, apesar da coligação governista (PSDB-PFL) ter conseguido eleger apenas 22 dos 94 deputados estaduais.
Em almoço ontem no Palácio dos Bandeirantes, a bancada do PPR (formada por sete deputados) comunicou ao governador a disposição de votar em favor do governo.
Na semana passada, a bancada federal do partido oficializou sua adesão ao governo Fernando Henrique Cardoso.
Ao fim do encontro de ontem, os deputados do PPR disseram que o apoio a Covas não é incondicional. ``Mantemos nossa independência, mas isso não impede que votemos a favor do governo", disse o deputado Conte Lopes.
Na opinião do líder do governo, Walter Feldman, ``o bom relacionamento com o PPR consolida uma posição folgada" para Covas.
A base governista é composta pelo PSDB (21 deputados), PFL (10) e PDT (6). Com o PPR, o Executivo passa a contar com 44 deputados, quatro a menos do que os 48 necessários (metade dos votos mais um) para aprovar seus projetos.
Mas os governistas pretendem atrair também o PTB, com sete deputados. Feldman já articula um encontro entre Covas e a bancada petebista. Com isso, Covas passaria a ter o apoio de 51 deputados.
Depois do encontro, os deputados do PPR se reuniram com o prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, para comunicar o apoio informal da bancada ao governo do Estado.
Em seus respectivos governos, Orestes Quércia (87-91) e Luiz Antonio Fleury Filho (91-95) também articularam grandes bancadas de apoio, chamadas de ``rolo compressor", para aprovar seus projetos sem dificuldades.
A aproximação do PSDB-PPR também é vista como o início de uma articulação para as eleições municipais do ano que vem.
Covas e Maluf podem tentar se unir em torno de um candidato para enfrentar o senador Romeu Tuma (ainda no PL), um dos nomes cogitados pelo PFL para disputar a prefeitura paulistana.
O coordenador político de Covas, Robson Marinho, não foi localizado ontem em seu gabinete para comentar o apoio do PPR.
Em recente entrevista à Folha, Marinho disse que o objetivo do governo é constituir uma base de apoio ``pontual": a cada projeto uma negociação com os parlamentares.

Texto Anterior: Desembargador ganha prédio de banco oficial
Próximo Texto: Agricultura investe em guarda-roupa
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.