São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Agricultura investe em guarda-roupa

BRUNO BLECHER
EDITOR DO AGROFOLHA

O gabinete do secretário da Agricultura e Abastecimento de São Paulo decidiu renovar o guarda-roupa de seus motoristas, como mostra comunicado publicado no ``Diário Oficial do Estado", em 3 de maio último.
Com dispensa de licitação, o gabinete comprou, em abril e maio últimos, seis ternos, seis camisas, seis gravatas, três pares de sapato e 12 pares de meia.
``São uniformes para os três motoristas que servem ao gabinete do secretário", disse à Folha o chefe do gabinete, Luiz Carlos Pannunzio.
Os ternos, que custaram R$ 165,90 cada, são do tipo jaquetão.
Três deles, da marca Pierre St Martin, são em ``tecido poliéster e viscose, paletó com seis botões forrados, gola de bico, bolsos embutidos com portinholas, calças modelo Viena com bolsos facas duas pregas, bolsos traseiros com caseados em botões, listrados, na cor azul", descreve o DOE.
Os outros três, da marca Yves St. Tropez, são em tecido mescla de lã, na cor azul marinho.
Já as camisas, em voil, nas cores manteiga e rosa, ``têm mangas longas, bolsos laterais e detalhes de prega nas costas". Cada uma custou R$ 29.
As gravatas, em tecido italiano (100% poliéster), saíram por R$ 17,80 cada. Pelos sapatos, marca Terra, o gabinete do secretário pagou R$ 63/par.
Com as compras, feitas na Garbo S.A., a Secretaria da Agricultura gastou R$ 1.512,00.
Segundo Pannunzio, a compra de uniformes para motoristas está prevista na legislação.
``Conforme o valor, podem ser feitas sem licitação", acrescentou o chefe do gabinete do secretário.
Um rápido levantamento realizado ontem pela Folha comprovou que a roupa nova dos motoristas poderia sair mais em conta se a Secretaria tivesse pesquisado os preços no mercado.
A própria Garbo anunciou, ontem, na Folha (pág. 3-3), ternos de tecidos importados a partir de R$ 126 em três vezes, camisas desde R$ 24 e gravatas a R$ 9,90.
Na Luigi Bertolli, loja de fábrica localizada no bairro do Butantã, gravatas importadas da Itália, em pura seda, custam R$ 16,80. Os ternos variam entre R$ 121 e R$ 259.
Os de poliéster e viscose, do tipo jaquetão, são vendidos, à vista, a R$ 136,40.
Já na Vila Romana, também loja de fábrica, os preços dos ternos variam entre R$ 166 e R$ 219.
``Procuramos fazer as compras com a maior lisura possível. Mas alguns fornecedores, quando vendem para o Estado, às vezes embutem juros, porque pensam que vão demorar para receber", explicou o chefe de gabinete da Secretaria da Agricultura.
Procurados pela Folha às 17h50 de ontem, os diretores da Garbo não foram localizados.

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