São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995 |
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Bispos chegam a acordo sobre diretrizes
FERNANDO MOLICA
As diretrizes são um conjunto de recomendações aos bispos, mas estes não são obrigados a segui-las: os bispos são subordinados ao papa, e não à CNBB. Não houve maiores restrições, mesmo por parte dos ``conservadores", às sugestões de engajamento no trabalho social que faziam parte do anteprojeto apresentado pela direção da CNBB. Para facilitar a aprovação unânime, os encarregados da redação final do documento retiraram do anteprojeto críticas a setores da igreja. Ficou de fora a crítica àqueles que não se empenham a fundo na execução do trabalho social. O plenário não aprovou a proposta de d. Karl Romer, bispo-auxiliar do Rio, no sentido de se destacar, na processo de evangelização, a importância da mensagem espiritual de Jesus Cristo. D. Karl Romer e o arcebispo do Rio, d. Eugênio Sales, porém, conseguiram a aprovação de emendas que ressaltam a importância das autoridades da Igreja. Essas emendas destacam a supremacia dos bispos no trabalho desenvolvido em conjunto com os padres e mesmo com os leigos (católicos que não fazem parte da estrutura institucional da igreja). O texto estimula o trabalho com outras culturas e o diálogo com outras religiões, mas alerta para os riscos do ``relativismo religioso" -tendência de considerar igualmente válidas todas as religiões. As diretrizes também enfatizam a importância de trazer de volta para a igreja os ``católicos não-praticantes" -aqueles que não participam da vida religiosa. O ``conservador" d. Amaury Castanho reclamou que as Comunidades Eclesiais de Base -grupos incentivados pelos ``progressistas"- tinham muito destaque no documento, enquanto que outros movimentos (como cursilhos e encontros de casais com Cristo) nem eram citados. Acabou contemplado com uma citação desses grupos. (Fernando Molica) Texto Anterior: CNBB vê esperança no governo FHC Próximo Texto: CPT ataca presidente do Incra Índice |
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