São Paulo, sexta-feira, 19 de maio de 1995
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Historiador contesta versão

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O antropólogo Luiz Mott afirmou ter pesquisado a vida sexual de Zumbi por dois anos nos arquivos da Torre do Tombo e no Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa (Portugal).
Mott disse que pesquisou livros do historiador gaúcho Décio Freitas, especialista em Zumbi dos Palmares, para levantar as ``cinco pistas" sobre a suposta homossexualidade do líder negro.
Ele afirmou ter consultado também o livro ``Quilombo dos Palmares", de Edson Carneiro.
O historiador Décio Freitas, 72, autor do livro ``Palmares, a Guerra dos Escravos", disse ontem em Porto Alegre (RS) ser um ``disparate total" a suposição de que Zumbi foi homossexual.
Freitas disse que o líder negro teria sido casado com uma mulher branca, embora, em sua pesquisa sobre o quilombo dos Palmares, não tenha encontrado documentos.
Segundo Freitas, na época havia poucas mulheres. Portanto, a poligamia, não praticada por Zumbi, seria rara.
O coordenador do Núcleo de Consciência Negra, Fernando Conceição, diz que Mott está especulando.
Conceição afirma que, para Mott, qualquer pessoa é homossexual em potencial.
Para Muniz Sodré Cabral, professor da Universidade Federal do Rio, Mott está tentando eleger um herói para a comunidade gay.

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