São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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Seita cristã adota guarani

PAULO YAFUSSO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM DOURADOS

Uma das manifestações estranhas à sua cultura que os índios da reserva indígena de Dourados estão absorvendo é a prática dos cultos religiosos cristãos.
O administrador regional da Funai de Amambai (MS), Virgílio Clemente, disse que as religiões protestantes estão se expandindo na reserva.
A Funai não tem dados sobre essa expansão. Clemente disse que as igrejas só podem se instalar dentro da reserva com autorização do órgão.
Estão presentes na reserva indígena de Dourados A Palavra de Cristo para o Brasil, Deus é Amor, Bethel e a Igreja Presbiteriana.
O pastor Carlos Benite, 39, da Palavra de Cristo, conta que fundou o salão de culto ao lado da sua casa na aldeia Bororo 12 anos atrás.
Há sete anos, tornou-se pastor. Seus cultos são bilíngues: em português e guarani. Benite faz as celebrações às terças, quintas e sextas-feiras à noite.
Ele afirma agrupar cerca de 30 adeptos, a maioria formada por parentes seus.
A Deus é Amor realiza cultos todas as noites.
O índio caiuá Pedro Arce, dirigente de uma das duas casas da Deus é Amor instaladas na reserva de Dourados, disse que a seita possui 35 membros, que a sustentam com 10% do que ganham.
A Deus é Amor está instalada na aldeia Bororo há dez anos.
A igreja com maior número de adeptos é a presbiteriana, que atua na área desde 1928.
Ela possui cerca de mil adeptos, segundo o reverendo Beijamim Bernardes, diretor da missão evangélica Caiuá.
A missão é mantida pelos presbiterianos e administra um hospital e uma escola dentro da reserva de Dourados.
A Agência Folha acompanhou cultos nas igrejas A Palavra de Cristo para o Brasil, Bethel e Deus e Amor.
Em todas elas, havia grande número de crianças, pois os pais levam os filhos para ouvir as pregações.
(PY)

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