São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995 |
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Agência reúne soropositivos
ANDRÉ FONTENELLE
Danielle Dahl, diretora da agência, atende. Do outro lado da linha, a voz hesita. A diretora faz a pergunta de praxe: ``Nós somos uma agência para pessoas soropositivas. É seu caso?" O interlocutor desliga. ``É assim mesmo. Muitas pessoas ligam várias vezes até criar coragem para se inscreverem", relata Danielle, explicando a principal dificuldade da agência. Apesar de criada há um ano e meio, só há dois meses o número de inscritos chegou a 30, após uma reportagem na TV francesa. Dois terços dos inscritos são homens. Danielle formou recentemente seu primeiro casal: um secretário de banco, 37, e uma funcionária de um ministério, 43. Praticamente todos os inscritos são soropositivos que procuram outras pessoas com o vírus. Mas há exceções, como uma mulher com câncer no útero que decidiu contactar soropositivos. Outro caso recente é de um pugilista, 32, ex-campeão francês de boxe, que contraiu o vírus em uma injeção de doping. Danielle rebate com veemência a acusação de obter lucro com os aidéticos. ``Fui atacada pelas associações de combate à Aids. Queriam me boicotar", lamenta. Ela afirma cobrar US$ 300 por um ano de inscrição. ``Os soropositivos estão isolados. Assim, eles se ajudam entre si", diz. Ela também administra uma agência para homossexuais, cuja taxa de inscrição é seis vezes mais cara. Texto Anterior: Infectado transa com mais de 100 por ano Próximo Texto: Comportamento sexual não muda Índice |
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