São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Queixas ao Procon crescem após Real

CLÁUDIA PIRES
DA REPORTAGEM LOCAL

Queixas ao Procon crescem após Real
Sobe 20% o número de reclamações nos dois primeiros meses de 95 sobre igual período de 94; aluguel e escola particular lideram
Os tempos de estabilidade econômica não reduziram as denúncias registradas no Procon (Coordenadoria de Proteção e Defesa do Consumidor) de São Paulo. Só nos dois primeiros meses deste ano, 55.773 pessoas procuraram o órgão para registrar reclamações, cerca de 20% a mais que o registrado no mesmo período de 94.
Os contratos de aluguéis, o aumento das mensalidades escolares e o setor mobiliário lideraram o ranking de reclamações do Procon nos primeiros meses deste ano.
As denúncias contra contratos de aluguéis vêm em primeiro lugar. Foram 24.871 reclamações referentes a problemas na locação.
O Procon realiza balanço bimestrais das reclamações recebidas. Só nos dois primeiros meses do ano, 44,6% das queixas se referiram aos contratos de aluguéis.
Em seguida estão as reclamações contra móveis -entregas de produtos danificados-, que somam 2.094 consultas e os problemas com aumento das mensalidades nas escolas particulares, que totalizaram 1.208 reclamações.
Segundo Maria Inês Fornazaro, 38, coordenadora do Procon, as reclamações na área de locação aumentaram desde o final do ano passado.``Com os planos econômicos e as novas leis que regem os contratos, muitas pessoas aproveitam para enganar os inquilinos e cobrar mais", afirma.
Segundo o Procon, para cada denúncia é encaminhada uma carta. As empresas denunciadas têm 10 dias para responder à esta carta. Caso isso não aconteça, a pessoa que fez a denúncia retorna ao Procon para fazer uma solicitação, ou seja, um pedido para abertura de uma investigação.
No ranking das solicitações, a liderança fica com as reclamações contra produtos. Foram 490 de um total de 1.355 solicitações no mesmo período. O segundo lugar fica para os assuntos financeiros, como financiamentos de cartões de crédito, carnês de sorteio, bancos e consórcios.
A coordenadora também destaca as denúncias contra o setor de serviços. ``Muitas pessoas perderam a medida dos aumentos e cobram preços absurdos. Infelizmente, a ausência de contratos dificulta muito a investigação e resolução dos casos", afirma Maria Inês.
Os convênios médicos também são grandes fontes de denúncias. ``As reclamações vão desde mau atendimento até cobrança de taxas extras, fora dos contratos".
O Procon realiza, em média, 1.428 atendimentos por dia, com um total médio de 34 solicitações, quase o dobro registrado em 1990. Estes dados também são maiores que os registrados em 94, quando a média era de 1.060 atendimentos por dia. ``O consumidor está cada vez mais exigente e sabendo como lutar por seus direitos", diz ela.

Texto Anterior: Faturamento já supera US$ 5 bi
Próximo Texto: Coordenadoria tem ombudsmam desde 92
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.