São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995 |
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O fim dos direitos
DEMIAN FIOCCA A Justiça do Trabalho diz aos petroleiros que o acordo assinado por um ministro de Estado na presença do presidente da República simplesmente não vale nada. Como a greve é pelo não cumprimento desse acordo, eles que voltem ao trabalho.Se a reforma da Previdência encaminhada pelo ministro Reinhold Stephanes (PFL-PR) tivesse ido adiante, os que estão para se aposentar por tempo de serviço veriam sua pensão escapar por entre os dedos. E teriam de trabalhar mais alguns anos até obter o benefício. Em todo o mundo desenvolvido grandes e modernas empresas privadas oferecem complementos de aposentadoria para atrair bons profissionais. Aqui os fundos de pensão das estatais são apresentados como execráveis privilégios. Licença maternidade, 13º salário, descanso semanal e férias remuneradas são incluídos entre os indesejáveis ``encargos sociais". Desse ataque aos direitos não sai boa coisa. Do que a modernidade consagrou como desejável, e que envolve o bem-estar das grandes maiorias, o Brasil já realizou pouco. Não é justo nem prudente açoitar um colchão social já tão puído. A instabilidade do México deve-se -além dos erros na política econômica- à tentativa de arrochar além do limite uma situação social já precaríssima, como a brasileira. A atual e merecida popularidade da estabilização está ligada à melhoria do padrão de vida. A insegurança social, em sentido contrário, pode ser um novo fator a turvar o horizonte. Texto Anterior: Coordenadoria tem ombudsmam desde 92 Próximo Texto: Uma ressaca violenta Índice |
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