São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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Tática é ter cara-de-pau

LUÍS PEREZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Ter cara-de-pau na entrevista e acreditar que não está mentindo -só ``inventando verdades". Essa é a tática de quem se deu bem, como o publicitário Luiz Lara, 33, presidente da Lew, Lara, Propeg.
Aos 21 anos, concorreu a uma vaga na área de marketing da Paulistur (Empresa Paulista de Turismo) sem duas atribuições básicas -domínio do inglês e experiência.
Mesmo assim foi contratado. ``Consegui me virar, enganei, mas muito mal", conta o publicitário. ``Disse que o inglês não estava bom por causa do nervosismo."
Na época teve pesadelos, com medo de ser escalado para uma viagem. ``No dia seguinte contratei um professor particular."
Experiência ele foi adquirindo. ``Como falo bem, acharam que eu tinha vivência, por exemplo, em comunicação corporativa. Nunca tinha ouvido falar desse negócio."
O primeiro emprego de Elizabeth Guaraldo, 41, hoje jornalista da assessoria Voice, também foi conseguido com uma mentirinha.
A empresa precisava de uma secretária que fosse exímia datilógrafa em máquina elétrica. `` E eu nunca tinha visto uma na vida."
Todos os dias ela chegava uma hora e meia mais cedo e ficava até tarde para praticar. ``Anos depois contei para meu chefe e ele deu risada. Fiquei lá dez anos."
(LPz)

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