São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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Mulher mais citada contribuiu para o desenvolvimento da soja

RICARDO BONALUME NETO
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O impacto dos artigos da cientista brasileira mais citada, Johanna Dõbereiner, não se mede apenas no número de citações. O trabalho dela e de seus colegas tem reflexos diretos, e importantes, na economia brasileira.
Resumindo de modo grosseiro: suas pesquisas estão por trás do sucesso da soja no país e podem revolucionar a produção de cana-de-açúcar. Como se não fosse suficiente, alguns dias atrás ela estava nas Filipinas dando dicas a agricultores do Oriente sobre algo que eles fazem há milênios: plantar arroz.
Dõbereiner, 70, de origem alemã, mas nascida na então Tchecoslováquia, passou os dois primeiros anos pós Segunda Guerra trabalhando como camponesa na Alemanha arrasada pelo conflito -``era a única maneira de arranjar comida".
Formou-se em agronomia na Universidade de Munique. Veio para o Brasil na década de 50 e desde então especializou-se na biologia do solo. Trabalha no Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), em Seropédica-Itaguaí (RJ).
Seus estudos sobre o papel das bactérias na fixação de um elemento vital, o nitrogênio, pelas plantas, permitiram à agricultura brasileira diminuir o uso de fertilizantes com esse nutriente, criando uma economia que muito ajudou o sucesso internacional da soja.

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