São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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PATENTE; NORDESTE; IDÉIA FIXA; BESTEIRA; OZÔNIO; JOVEM


PATENTE
``Quais trabalhos viraram linhas de livro texto? Quais trabalhos viraram patente?", pergunta, sobre o critério de citações, o farmacólogo Sérgio Henrique Ferreira, 61, da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto. 26º colocado na lista, com pesquisa na área de inflamação e dor, Ferreira afirma que, no Brasil, há pesquisa básica mas nenhum desenvolvimento tecnológico -aquele que transforma a idéia do cientista em produto.

NORDESTE
A teoria do caos em sistemas magnéticos era a maior fonte de problemas para Sérgio Resende, 54, da UFPE, até assumir a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Governo de Pernambuco este ano. Doutor pelo Instituto de Tecnologia de Massachussets, EUA, o 66º colocado trocou o Rio pelo Nordeste em 1971 para criar um grupo de pesquisas de física em materiais condensados. Colabora com EUA, França, Alemanha e Japão.

IDÉIA FIXA
Terminado o pós-doutorado na Universidade da Califórnia em San Diego, EUA, Oscar Hipólito, 50, voltou ao país com uma idéia fixa: trazer a tecnologia dos novos materiais semi-condutores. Oito anos depois, conseguiu o laboratório no Instituto de Física da USP em São Carlos. Lá, Hipólito, 68º colocado, e sua equipe criam materiais que não existem na natureza, como o arseneto de galho, substituto do silício nos chips.

BESTEIRA
``Se alguém publica uma grande besteira, pode ser citado negativamente, como `segundo fulano que falou aquela besteira', o que pode aumentar o índice de citações", disse Mayana Zatz, 47, do Instituto de Biocências da USP. Ela pesquisa doenças genéticas, como distrofia muscular. ``Tentamos achar a relação entre os genes e os sintomas clínicos da doença, fundamental para a descoberta de um tratamento."

OZÔNIO
Há 26 anos em ``seu primeiro trabalho", o vice-diretor do Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), Volker Kirchhoff, 52, montou o primeiro laboratório para o estudo de ozônio no Brasil, em 75, que hoje conta com medidores em todo o país e até no Chile. O pesquisador acredita que, de modo geral, o pesquisador brasileiro não valoriza a publicação. ``A própria Fapesp, que é excelente, cobra relatórios e não publicações", disse.

JOVEM
Com apenas 34 anos, Dante Homero Mosca Jr., está no 132º lugar da lista dos pesquisadores mais citados e é o 8º da lista de trabalhos mais citados. Ele trabalha no Departamento de Física da Universidade Federal do Paraná e formou-se na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mosca Jr. desenvolve pesquisa sobre a ``aplicação do efeito magnético resistivo para gravação e leitura de sinais", na área de magneto-resistência, e trabalha em colaboração informal com a Université Paris-Sud, de Orsay (França), onde fez estágio de doutorado entre 1989 e 1991.

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