São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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Pesquisa com aplicação domina Federal do RS

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

A ciência com aplicação prática domina as pesquisas dos dez professores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) que aparecem na lista dos 170 brasileiros com mais citações.
É da Federal do Rio Grande do Sul o primeiro colocado da relação, o neuroquímico Ivan Izquierdo, ele próprio um adepto da pesquisa básica, exceção entre seus colegas de instituição.
Os físicos relacionados estudam principalmente a área de materiais, visando aplicações na área de microeletrônica e computadores.
Destacam-se no campo médico trabalhos em genética de grupos étnicos e mecanismos de memória.
O físico Joel Pereira de Souza deixa explícita sua opção pela pesquisa aplicada. ``Estamos acompanhando a demanda da indústria", afirma.
O laboratório de Souza colabora com a IBM no desenvolvimento de semicondutores, os materiais básicos nos circuitos de computadores.
Ele próprio trabalhou nos laboratórios da IBM em Yorktown Heights (Estado de Nova York, nordeste dos EUA).
Em comum, os pesquisadores da UFRGS que estão na lista têm também treinamento no exterior e muita vontade de continuar trabalhando no Brasil.
O médico Carlos Alexandre Netto, 35, diz que ``já fez a opção" de trabalhar no país. O jovem cientista, do Departamento de Bioquímica da universidade, começou a carreira estudando memória e agora pesquisa isquemia (falta de irrigação sanguínea) cerebral.
Netto fez pós-doutoramento no Instituto Psiquiátrico de Londres.
O geneticista Francisco Mario Salzano, 66, diz que pesquisar no Brasil é para ele ``uma opção irrreversível". Estudando o DNA (base do material genético) de indígenas sul-americanos, e comparando-o ao de outros povos, Salzano procura estabelecer a época em que esses povos chegaram ao continente, rotas de imigração, padrões de doenças e outros dados.
O médico Cesar Gomes Victoria, 43, é um dos dois pesquisadores de outra universidade gaúcha, a Federal de Pelotas, a aparecer na relação de mais citados. Diz que sua pesquisa, sobre mortalidade infantil, é ``típica de países em desenvolvimento" e acha que é ``mais útil trabalhando aqui do que no exterior".

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