São Paulo, domingo, 21 de maio de 1995
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"saí de cueca pelo corredor"

MÁRIO MAGALHÃES

O jogador Alcindo se mudou para o Japão sem saber que a terra treme com frequência lá.
Uma noite, quando dormia num hotel com a equipe do Kashima Antlers, acordou de madrugada. "Tremia tudo, as coisas balançavam", conta. "Como eu não sabia nada de terremoto, saí correndo de cueca pelo corredor, gritando, até que tudo parasse". Antes de voltar ao quarto, encontrou Zico. "O que foi?", perguntou Zico, contendo o riso. "Você não viu tudo tremendo?", disse Alcindo. "Você estava sonhando", respondeu Zico, calmo.
Sua mulher, Sandra, nunca mostrou tranquilidade. Refugiava-se embaixo das portas, como mandam os manuais. Até hoje, morando no Rio, ela teme os tremores. Por isso, não quer que o filho mais velho, Júnior, 17, vá jogar no Japão.
Já os três filhos do casal vibravam com terremotos. "Para nós era algo novo, interessante", diz Júnior. Só os tufões eram mais festejados: "Como são previstos, havia feriado na escola", conta.
Hoje, os clubes distribuem recomendações aos jogadores sobre como agir em atentados a gás, como o que atingiu o metrô de Tóquio este ano.

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