São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Sadia não é pior nem diferente da sociedade"

NELSON BLECHER
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do conselho de administração da Sadia, Luiz Fernando Furlan, 48, disse à Folha que, por exercer o cargo há dois anos, não acompanhou de perto a trajetória da prima Yara Fontana de Moraes na empresa.
``Se o pai, que foi presidente, e o avô não proporcionaram oportunidades deviam lá ter suas razões", afirmou. No livro, Yara diz que seu pai não solucionou o caso para evitar a prática de nepotismo (favorecimento a familiar).
Segundo Furlan, Yara, além de possuir diploma universitário é ``persistente e capacitada, porém nem sempre o fato de preencher as condições significa que o casamento com a empresa dê certo".
Ele disse que, na condição de mãe de três filhos, Yara tinha limitações para trabalhar em tempo integral. Ela nega: ``Isso ocorreu apenas por ocasião dos partos".
Furlan afirma compartilhar a tese exposta por Yara sobre a discriminação contra mulheres: ``Reconheço a legitimidade do livro, mas não acredito que a Sadia seja diferente ou pior que a sociedade brasileira. Discriminação existe não somente em empresas familiares e não fazemos exceção à regra".
Mais de 66% do capital da Sadia são controlados por grupos familiares, representados, na maioria, por mulheres, diz Furlan.
A empresa, diz ele, passou por uma reforma organizacional e está sendo estruturada em moldes de gestão profissionalizante, que vem reduzindo o número de familiares em cargos operacionais.
(NB)

Texto Anterior: Os gurus e a retórica da meia-lógica
Próximo Texto: Reforma bancária pode demorar até seis meses
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.