São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Médicos são contra dietéticos em regimes

DA REPORTAGEM LOCAL

Médicos especialistas em regimes são contrários ao uso de alimentos dietéticos para o emagrecimento.
Uma pesquisa feita pelo Instituto Adolfo Lutz e divulgada ontem pela Folha mostra que chocolates dietéticos e produtos de glutens engordam tanto ou ainda mais que os produtos convencionais (leia texto ao lado).
O endocrinologista Bernardo Leo Wajchenberg, professor titular da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), costuma contra-indicar a seus pacientes o uso de produtos ``diet".
``Indico apenas os refrigerantes, gelatinas e adoçantes dietéticos", disse. Segundo Wajchenberg, o ideal é fazer dietas controlando a quantidade de calorias e ingerindo apenas alimentos pobres em gordura, já que muitos produtos dietéticos têm mais gordura que os convencionais.
O médico Geraldo de Medeiros, também professor de endocrinologia da USP, não é totalmente contra o uso de dietéticos em regimes, mas tem uma lista de produtos que podem ser consumidos por pessoas que estão em regime.
``Tenho explicado para meus clientes obesos que muitos dos produtos dietéticos, além de mais caros que os convencionais, não valem a pena ser consumidos porque têm mais calorias", disse.
Medeiros costuma dar aos pacientes uma lista de produtos dietéticos que têm valor calórico menor que o convencional. Nesta lista constam os refrigerantes dietéticos, gelatinas, adoçantes, algumas balas e uma marca de sorvete.
Já o endocrinologista Emílio Mattar indica produtos dietéticos importados, que considera de ``boa procedência".
``A maioria dos produtos dietéticos brasileiros tem mais calorias por peso que os produtos convencionais e não temos no Brasil análise constante dos alimentos dietéticos aqui produzidos", disse.
A Associação Brasileira da Indústria de Alimentos Dietéticos (Abiad) confirma que muitos produtos dietéticos, como chocolate e sorvete, têm valor calórico maior ou igual ao produto convencional.
No entanto, afirma que o produto ``diet" não precisa, necessariamente, ter menos calorias, porque é destinado apenas às pessoas que têm algum distúrbio físico ou metabólico como diabetes, problemas cardíacos, alta taxa de colesterol ou hipertensão (leia texto ao lado).

Texto Anterior: Dom Lucas e o sinal dos tempos
Próximo Texto: Indústrias justificam fórmulas
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.