São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 1995
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PMDB não obtém consenso

GABRIELA WOLTHERS; DANIEL BRAMATTI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A bancada do PMDB na Câmara não conseguiu ontem adotar uma posição unificada sobre a emenda que quebra o monopólio estatal nas telecomunicações, após uma reunião de cinco horas.
Nem mesmo o discurso pragmático do líder do partido na Câmara, Michel Temer (SP), convenceu os dissidentes favoráveis à manutenção do monopólio estatal.
``O PMDB ganhará força no governo quando o partido mostrar que o governo não precisa tentar `pescar' votos dos peemedebistas", afirmou Temer.
O presidente do partido, deputado Luiz Henrique (SC), apoiou a intervenção de Temer e gritava ``unidade, unidade" para uma platéia desinteressada.
O relator da emenda das telecomunicações, deputado Geddel Vieira Lima (BA), foi claro: ``Acho que os opositores querem votar contra a emenda porque não tiveram seus pedidos atendidos".
Em seguida, completou: ``Mas eu também não tive meus pleitos atendidos e, nem por isso, vou descontar na votação."
Não adiantou nada. O próprio Luiz Henrique definiu em poucas palavras a falta de coesão: ``A minoria do partido (que defende a manutenção do monopólio) acompanha a maioria, ressalvados os que têm convicções arraigadas."
Em resumo: quem era contra permaneceu contra. A bancada só conseguiu fazer uma votação durante a reunião. Foi derrotada por 53 votos a 27 a proposta do deputado Zaire Rezende (MG), que propunha que o PMDB pedisse o adiamento da votação da emenda.
O deputado Newton Cardoso (MG) defendeu em seguida que a bancada realizasse uma votação simbólica sobre o conteúdo da emenda. Os que perdessem teriam que se render e votar com a maioria quando a emenda fosse apresentada no plenário da Câmara.
O deputado José Aristodemo Pinotti (SP), favorável à manutenção do monopólio, criticou a proposta e inviabilizou a votação simbólica: ``Todos sabem que eu estou de acordo com aquilo que eu penso".
(Gabriela Wolthers e Daniel Bramatti)

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