São Paulo, quinta-feira, 25 de maio de 1995 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Aparelho usado em guerra combate seca no Nordeste
ARI CIPOLA
O equipamento é um dessalinizador -serve para retirar o sal da água- e pode ser a solução para cerca de 20 mil poços artesianos desativados no sertão e agreste nordestinos. Já perfurados, esses poços não são utilizados devido ao alto teor de sal de suas águas. A tecnologia dos dessalinizadores foi desenvolvida pela Universidade do Arizona (EUA). Dois aparelhos estão sendo testados em Alagoas e Pernambuco. Em Alagoas, o aparelho montado no distrito de São José, município de Arapiraca (a 150 km de Maceió), produz 12 mil litros de água potável por dia, volume suficiente para o consumo dos 500 moradores da localidade. Cada aparelho custa R$ 7.000, o mesmo que o salário mensal de um deputado estadual alagoano. O tamanho do equipamento é equivalente ao de um frigobar. ``Só terminaremos a avaliação econômica do uso do dessalinizador dentro de 60 dias, mas já é possível afirmar que seu custo é baixo diante do investimento feito para perfurar os poços", afirmou o secretário de Recursos Hídricos e Irrigação do governo alagoano, Guilherme Gonçalves Oliveira. A perfuração de cada poço artesiano custa hoje, segundo o secretário, cerca de R$ 30 mil. Isso significa que os governos federal e dos Estados da região investiram cerca de R$ 600 milhões nos 20 mil poços que estão abandonados. Achar água potável em poços do sertão é uma loteria. De cada cem poços, apenas dez, em média, têm água potável, uma consequência da formação do subsolo da região. A finalidade do dessalinizador é levar água potável aos 500 povoados de Alagoas que possuem poços inúteis. Texto Anterior: Rebelião acaba após 47 horas em São Paulo Próximo Texto: Juiz autoriza não pagar água Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |