São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 1995
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Ruralistas apontam 'avanço'

DA REPORTAGEM LOCAL

``O importante é que houve um avanço e se chegou a uma proposta, mesmo que ela não seja a ideal." Esta é a avaliação de Antonio Cabrera, secretário da Agricultura de São Paulo, sobre os resultados das negociações entre ruralistas e a equipe econômica, anunciados ontem em Brasília.
Concordando com ele, Roberto Rodrigues, presidente da Sociedade Rural Brasileira, também considerou ``um avanço" o resultado da negociação.
Para Rodrigues, as soluções encontradas para o crédito agrícola beneficiam o pequeno produtor, ``que fica garantido com a equivalência preço/produto".
Ele acredita ainda que a taxa de juros de 16% para empréstimos entre R$ 30 mil e R$ 150 mil é uma boa opção em relação à TR (Taxa Referencial).
Cabrera afirma que, apesar do avanço, o governo deveria reavaliar, junto com a sociedade, a questão dos subsídios.
``Os produtos agrícolas importados têm subsídios que não são concedidos aos nacionais, o que gera uma concorrência desleal", diz ele.
Segundo Cabrera, o governo concede hoje entre US$ 7 bilhões e US$ 8 bilhões em subsídios. ``Acho que uma fatia deste bolo poderia ser destinada à agricultura", diz ele.
Para Rodrigues, o ideal seria o estabelecimento de uma política de crédito rural que garantisse a competitividade aos produtores brasileiros, através da isonomia (igualdade) de tratamento em relação aos países concorrentes, onde os juros são de 8%.
Rui Polidoro, presidente da Fecotrigo (Federação das Cooperativas de Trigo e Soja do Rio Grande do Sul), também considera o resultado das negociações um avanço na política de crédito agrícola.
Entretanto, ele acredita que a taxa de juros de 16% ainda é muito elevada, em um país com moeda estável e defasagem cambial.
Os dois representantes ruralistas e Cabrera manifestaram preocupação quanto às soluções para contratos de financiamento de safras passadas, atrelados à TR, que devem ser negociados em reunião na próxima terça.

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