São Paulo, sexta-feira, 26 de maio de 1995 |
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``Rei George" traz comédia ao festival AMIL LABAKI AMIR LABAKI
Não que falte charme a ``As Loucuras do Rei George", comédia de época que trouxe os momentos de maior bom humor da mostra competitiva. O dramaturgo britânico Alan Bennett, que se celebrizou nos anos 60 num quarteto cômico em que tinha Dudley Moore como companheiro, adaptou pessoalmente para as telas seu texto ``A Loucura de George 3º". A trama se concentra num desses episódios escandalosos que marcam a história da realeza britânica. Em 1788, o rei George 3º, que reinou de 1760-1820, enfrentou os primeiros sintonas de um problema de saúde (porfíria) que perturbou-lhe a razão, fazendo-o ficar conhecido por ``Monarca Louco". O texto de Bennett se concentra na crise política e pessoal advinda do aparecimento inicial do distúrbio. ``As Loucuras do Rei George" desmitifica os bastidores da família real britânica. A doença tira-o excepcionalmente do ar mas seu George sabe muito bem que tem um papel a cumprir -e sabe fazê-lo como ninguém. O roteiro de Bennett contextualiza com sutileza e humor o período, flagrando a crise causada pela recente independência das ``colônias" que se tornam os EUA. O poder monárquico, fragilizado como a saúde do rei, enfrenta uma ascendente consciência republicana e parlamentar. O filme acompanha o acirramento dos ânimos, insuflados pela cega ambição do príncipe-herdeiro de Gales (Rupert Everett). O estreante Nicholas Hytner não deixa maior marca, abrindo espaço para que o filme se faça a partir de um belo texto e pela brilhante colaboração de seus intérpretes, do cenógrafo Ken Adam (``Barry Lyndon") e da trilha adaptada de temas de Handael por George Fenton (``Ligações Perigosas"). O resultado é um dos filmes mais agradáveis deste festival. (Amir Labaki) Texto Anterior: Filme de Godard polemiza centenário Próximo Texto: Soldados trocam a truculência pelo truco! Índice |
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