São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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Alagoas pede mais subsídio

DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Jorge Toledo, secretário de Planejamento de Alagoas, afirmou que a produção de cana, açúcar e álcool do Nordeste está ameaçada pela concorrência do centro-sul.
``São Paulo já levou do Nordeste a indústria têxtil e agora vai acabar com a nossa produção de cana -que existe há 400 anos-, caso o governo não veja o estrago social que isso vai acarretar", disse.
Para interromper a derrubada das casas, Toledo cobrou do governo o aumento do subsídio ao açúcar e álcool produzido no Nordeste, que hoje é de 25%.
``Fizeram o Mercosul e o governo argentino protegeu seu pequeno parque açucareiro, mantendo as alíquotas de importação altas", afirmou o secretário.
Segundo ele, ``se o governo brasileiro não aumentar os subsídios, a cultura da cana de São Paulo vai continuar aumentando e não há mercado para tanto açúcar".
O presidente do Sindicato dos Cultivadores de Cana de Pernambuco, Jerson Carneiro Leão, também considera que a responsabilidade pela derrubada das casas é do governo federal e da legislação trabalhista.
``Manter um trabalhador dentro da casa da fazenda é um risco muito grande, porque existem os advogados de porta de junta trabalhista que inventam anos de trabalho, horas extras, coisas que não existem", afirmou.
Segundo Reginal Domingues, 45, diretor do sindicato, já foram demolidas 50 mil casas em Pernambuco.

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