São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SAE queria manter empresa

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Os problemas da Esca começaram em dezembro de 1994, quando fiscais do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) apreenderam guias fraudadas de recolhimento de contribuições previdenciárias na sede da empresa. A Folha revelou também que a empresa participou de uma concorrência pública da Embratel usando uma CND (Certidão Negativa de Débito) falsa.
Apesar das denúncias contra a Esca, que é alvo de inquérito da Polícia Federal, a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) continuava disposta a contratá-la.
Argumentando que o projeto sofreria atraso se a Esca fosse afastada, a SAE defendia a posição de assinar o contrato se a empresa pagasse as contribuições sonegadas.
A posição da SAE foi vencida ontem depois de um relatório do Ministério da Previdência. Ele mostrava que, mesmo pagando as contribuições em atraso, a Esca continuaria acusada de falsificar documentos. O porta-voz do governo, Sérgio Amaral, confirmou ontem que a Esca foi afastada do Sivam ``porque não conseguiu dar uma resposta satisfatória às questões levantadas contra ela".
A Esca é especialista em contratos com a área de defesa. Foi responsável pela gerência do projeto Cindacta, o sistema de controle de tráfego aéreo brasileiro.
O governo não seguiu a lei das concorrências públicas para contratar a Esca, alegando que o Sivam era um projeto sigiloso. A SAE preferiu fazer um processo de consulta informal, chamando empresas de engenharia e automação interessadas no contrato.
A Folha revelou que esta seleção foi dirigida. O governo estabeleceu pré-requisitos de experiência que só poderiam ser preenchidos pela Esca.

Texto Anterior: Murici abriga `viúvas de maridos vivos'
Próximo Texto: Serra fala em aumentar a austeridade
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.