São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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`Se encaçapar, encaçapou'

PATRICIA DECIA
DA REPORTAGEM LOCAL

O bancário Ramirez Naper, 23, faz de tudo, há dez anos, para ser o galã do Tatuapé. Exibe o cabelo comprido e os olhos azuis (coloridos por lentes de contato) para conquistar as garotas nos fins-de-semana.
O destino do ``romance" de uma noite é o Fusca 82 (``sem gasolina"), que ele deixa estrategicamente estacionado duas ruas abaixo da praça Sílvio Romero.
O carro é equipado para substituir o quarto de motel. Tem insulfilme (espécie de plástico aplicado ao vidro para escurecê-lo), bancos reclináveis e um porta-luvas recheado de camisinhas e papel higiênico.
Sua abordagem é mais que ousada. Às vezes, beija na boca já na hora em que é apresentado para a garota. A tática funciona quando, segundo ele, ``a boca da mulher está chamando".
A filosofia de Ramirez é tentar sempre. ``Você vai sentindo o calor da mulher e se aprofundando. Quando estiver bem profundo, leva para o carro. Se encaçapar, encaçapou", afirma.
Esse conquistador da zona leste não gosta de cinema, teatro, nem tem preferências musicais. ``Ouço de tudo, não sou bitolado."
``Eu venho aqui há dez anos, porque conheço muita gente e tudo fica mais fácil, ou seja, as mulheres", diz.
Para ficar ``legal", Ramirez bebe cerveja, pinga com limão e conhaque Dreher.
(PD)

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