São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Não se conhece origem ou cura para o vírus

DA REDAÇÃO

A origem do Ébola é desconhecida. Alguns virólogos acreditam que ele tenha aparecido na caverna Kitum, no Quênia (África).
Não há vacina ou tratamento específico contra o Ébola. Sob cuidados médicos, a taxa de mortalidade é de 22%. Caso contrário, ela dispara para 90%. O Ébola pode matar em nove dias.
A transmissão acontece por fluidos do corpo, como sangue e esperma. O contágio pelo ar foi confirmado em testes de laboratório.
Os cientistas ainda não conhecem o reservatório natural do Ébola -onde o vírus fica "armazenado" entre as epidemias.
Pensava-se que macacos o "guardavam", mas eles também morrem se recebem o vírus. Os cientistas não descartam a possibilidade de que o reservatório seja um vegetal.
Histórico
Em 1967, o vírus Marburg, um "antepassado" do Ébola, manifestou-se na cidade que lhe deu o nome, que fica na Alemanha.
O vírus chegou lá através de primatas vindos de Uganda (África), cujas células seriam usadas para a produção de vacinas. Das 31 pessoas infectadas, sete morreram.
Em julho de 1976, o vírus apareceu na cidade de N'zara (Sudão) e se espalhou por toda a cidade. Centenas (número incerto) de pessoas morreram.
Dois meses depois, já no Zaire, uma variação mais poderosa surgiu na zona de Burma, às margens do rio Ébola. O vírus se estendeu por 55 aldeias e matou 90% das pessoas contaminadas.
O vírus reapareceu em outubro de 1989 a dez quilômetros de Washington (EUA), trazido por macacos importados por uma empresa de pesquisa. O incidente é contado no filme "Epidemia".
O Exército norte-americano tomou conta do local e sacrificou 500 macacos. O edifício foi esterilizado e demolido.
Em novembro, uma cientista suíça foi contaminada na Costa do Marfim (África), enquanto dissecava um chimpanzé.
Apesar de se tratar do Ébola, o vírus que a contaminou não é a mesma variedade do responsável pela atual epidemia no Zaire.
É o primeiro caso confirmado de transmissão de um animal para o homem. A mulher sobreviveu.

Texto Anterior: Ébola é muito pior do que mostra o filme 'Epidemia'
Próximo Texto: A pesquisa pela contracepção
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.