São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995 |
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Mês Internacional anima amantes da foto
ANA BEATRIZ BRISOLA
Mas quem foi não se arrependeu. Pelo contrário, lamenta a falta de interesse ou de hábito, que impede que a visita a uma exposição, de fotos ou de arte, seja um programa mais frequente. Um filme como ``Sábado", em cartaz em uma sala do Espaço Banco Nacional de Cinema, é visto por cerca de 4.000 pessoas em um final de semana. Já a exposição ``Homenagem a Cartier-Bresson", em cartaz desde o dia 4 de maio na Galeria Aliança Francesa, com entrada franca, foi vista por cerca de 1.000 pessoas até o dia 25 (este número corresponde às assinaturas do livro). ``As pessoas se acomodam e não se interessam por nada que não seja de algum artista muito conhecido", reclama a estudante de cinema e fotografia Camila Miranda, 19. Ela foi ao vernissage das exposições de Ko Yamada e da Coletiva Brasileira de Retratos, na Faap, e ficou decepcionada ao ver como elas estavam vazias. ``Acho isto meio absurdo", disse. Matheus Demetresco, 14, que visitou a exposição de Cartier-Bresson na quarta passada, não faz parte desse grupo de desinteressados. Ele sempre acompanha sua mãe, Silvia, 44, nos programas culturais. ``Em fotografia, gosto de observar os focos e a iluminação", afirma. Além de exposições, ele vai uma vez por semana ao teatro (gosta muito das peças do grupo Ornitorrinco), toca violino e tem aulas de desenho e basquete. A professora de literatura Maristela Carvalho, 37, que viu as exposições do Centro Cultural São Paulo, se considera interessada em fotografia, mas não tem preferências. ``Não importa de que forma, o que eu gosto é de apreciar a arte", diz. A estudante de arquitetura Marta Paroni, 22, concorda com essa opinião. Ela é uma das pessoas que frequentam a exposições porque gostam, mas também porque faz parte da profissão. ``O olhar leigo é muito importante para o trabalho de qualquer artista", comenta. ``Não bastam aquelas pessoas que param diante de uma foto e dizem: `Olha esta granulação, aquele contraste'. O legal é todos perceberem a linguagem universal, que emociona independentemente da técnica." As colegas Alessandra Sampaio, 21, e Ana Teresa Savaia Acioli, 20, estudantes de comunicação, também visitaram o Centro Cultural, fazendo um trabalho para a faculdade. Elas gostam de fotos porque ``passam um lado diferente da realidade com o qual você não está acostumado". ``O problema", segundo Alessandra, ``é que, em São Paulo, apesar das muitas opções, há empecilhos como falta de tempo, trânsito e dificuldade de transporte". Texto Anterior: Provar que teoria de Einstein é falsa pode levar ao Prêmio Nobel Próximo Texto: Conheça os destaques da mostra Índice |
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