São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995 |
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Mostra seduz visitantes do país e do exterior
ANA BEATRIZ BRISOLA
É o caso dos cariocas Márcio Bredariol, 23, e Fernando Micele, 27, ambos fotógrafos. ``O nível das exposições é muito bom, pena que é muita coisa para quem só tem um fim-de-semana", diz Micele. Ele acha que a fotografia é uma arte que ``toca as pessoas mais diversas", mas, apesar disto, o público de exposições fica restrito às pessoas da área, porque ``pouca gente considera foto uma arte". Outra visitante, e de bem longe, é a estudante de educação artística Márcia Regina Ayres Gomes, 23. Paulistana, ela mora em Belém há sete anos e sempre dá um jeito de ver ``o que está acontecendo". ``Gosto de cinema, música e demais de exposições." Desta vez, deu uma escapada para ficar uma semana na cidade e aproveitou para conferir o Mês Internacional. ``Eu me considero uma privilegiada por poder estudar e conhecer arte", afirma. ``A falta de incentivo e de valorização faz com que a maioria do público fique sem saber de sua potencialidade." O estudante Samy Hotimsky, 20, também paulistano, faz biologia nos EUA e resolveu levar seus colegas da universidade ao Masp, onde estão as fotos de Josef Koudelka. ``Se eu não os trouxesse aqui, nunca saberia que estava havendo uma exposição de fotos. Eu tenho interesse, mas me falta o hábito", diz. No seu caso, as coincidências vêm colaborando, porque ele acabou vendo as exposições do evento em cartaz na Faap e também gostou. Hotimsky aprecia muito mais a fotografia do que outras artes plásticas ``porque a linguagem é bem mais fácil. De pintura, por exemplo, eu não entendo nada". Outro turista ``exclusivo" do evento é fotógrafo João Urban, 52, que veio de Curitiba. Urban frequenta apenas eventualmente outros tipos de exposições ou programas. Acabou incluindo shows em seu roteiro, pois os filhos são músicos. ``As preferências artísticas da família, às vezes, vão de acordo com as atividades de cada um." Aliás, é comum ver pais fotógrafos levando seus filhos para conhecer a arte. Foi o caso da família do fotógrafo Delfim Martins, 44, que estava domingo passado no Masp com a mulher Laura Lorenço, 40, e os filhos Saulo, 13, e Ícaro, 15. Ao serem perguntados se estavam gostando, um ``mais ou menos" com uma cara de tédio foi a resposta. ``A gente tenta", diz a mãe, ``e uma hora eles gostam". (ABB) Texto Anterior: Conheça os destaques da mostra Próximo Texto: 'La Fontaine em Fábulas' ensina e diverte Índice |
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