São Paulo, domingo, 28 de maio de 1995
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Dois soldados franceses morrem em Sarajevo

ANDRÉ FONTENELLE
DE PARIS

Dois soldados franceses foram mortos em Sarajevo ontem pela manhã, um deles no primeiro combate direto, desde o início da guerra na ex-Iugoslávia, entre as forças da ONU e os sérvios da Bósnia.
A luta foi travada pela retomada de uma ponte, posto de observação sob controle da ONU, que fora ocupado pelos sérvios da Bósnia.
Soldados sérvios haviam se infiltrado no posto vestindo uniforme francês, sexta-feira à noite.
O confronto pelo controle da ponte, ontem, deixou cinco feridos do lado francês e um morto entre os sérvios. Os ``capacetes azuis" recuperaram a ponte e fizeram três prisioneiros.
O outro soldado francês morto foi vítima de um franco-atirador, em outro bairro de Sarajevo.
O presidente da França, Jacques Chirac, telefonou ao presidente sérvio, Slobodan Milosevic, para exprimir a ``indignação" francesa com a tomada de reféns e pedir que Milosevic interceda.
Chirac fez uma reunião de urgência com o primeiro-ministro, Alain Juppé, e alguns ministros. É a primeira crise que ele enfrenta desde que tomou posse, dia 17.
A França é o país que contribui com mais soldados para as forças de paz da ONU.
Também é o que tem mais reféns (seriam 166), mas ainda hesita quanto à atitude a tomar.
Paris pode decidir pela retirada de seus soldados, nas próximas semanas, caso não haja um ``reposicionamento" das forças de paz.
O jornal ``Le Monde" pediu que a Europa ``reaja", para ``afirmar claramente aos sérvios da Bósnia que acabou o tempo da impunidade".
Na primeira página do jornal, ontem, caricatura mostrava Chirac perguntando a Juppé, ambos atados a postes, como os reféns dos sérvios: `` O que pretende fazer?"

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