São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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FHC quer contenção de aumento de tarifas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso tomou duas decisões para começar a desindexação da economia a partir de julho, quando o Plano Real completa um ano. Elas foram definidas na reunião ministerial do sábado passado.
Desindexação é a eliminação de índices que corrigem automaticamente preços e salários para repor perdas inflacionárias. A existência da correção automática é considerada alimentadora da inflação.
A primeira diz respeito ao comportamento das tarifas públicas, como por exemplo energia elétrica e combustíveis.
Segundo o porta-voz da Presidência da República, embaixador Sérgio Amaral, haverá ``um esforço conjunto do governo para que, em princípio, não haja aumento de tarifas públicas".
A idéia de se evitar um ``tarifaço" (reajuste generalizado das tarifas), o que contribuiria para a manutenção da inflação em índices baixos, será apresentado como um exemplo concreto do governo na política de desindexação.
A manutenção do valor das tarifas públicas seria a cota de sacrifício que cabe ao governo fazer em busca da estabilização. O governo daria, assim, o exemplo.
A idéia, no entanto, não é consenso no governo. Há quem diga que as tarifas estão defasadas e que o governo não conseguiria mantê-las nos níveis atuais sem gerar déficit.
Ficou decidido que os ministros da Fazenda, Planejamento, Minas e Energia, Telecomunicações, Indústria e Comércio, Agricultura e Transportes -os ministérios que fixam tarifas de serviços públicos- vão discutir um plano prevendo um mínimo de aumento nas tarifas.
A segunda medida é tarefa para o ministro José Serra (Planejamento). Ele tentará colocar em prática o que, na reunião ministerial da Granja do Torto foi batizada de ``ofensiva de austeridade".
Serra foi orientado a zerar todos os déficits das contas do governo. ``O objetivo do governo, na área de finanças públicas, é ter um déficit zero, um déficit operacional zero. Isto quer dizer, incluído o pagamento de juros", anunciou o porta-voz Sérgio Amaral.
Amaral lembrou que o governo tem limites para conter os gastos previstos no Orçamento, mas considerou ``um fato positivo" o crescimento da arrecadação de impostos neste ano. Segundo o porta-voz, esse aumento ``poderá ser da ordem de 11%".
``Isso (no entanto) não é suficiente para assegurar por si só o equilíbrio das contas públicas", disse Amaral.

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