São Paulo, segunda-feira, 29 de maio de 1995
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Paris passa a ser a capital do tênis por duas semanas

THALES DE MENEZES
COLUNISTA DA FOLHA

Começa hoje em Paris a 93ª edição do Aberto de Tênis da França, disputado no arborizado parque de Roland Garros, que receberá 360 mil pessoas nos próximos 15 dias.
Roland Garros é um dos quatro maiores torneios de tênis do mundo, oferecendo mais de US$ 10 milhões de prêmios aos atletas.
Faz parte do chamado Grand Slam, ao lado do Aberto da Austrália, de Wimbledon (na Inglaterra) e do US Open (nos EUA). Mas é o mais imprevisível deles.
O motivo é a superfície em que são disputados os jogos. As quadras de Roland Garros são de saibro (também chamado de ``terra batida" ou ``pó-de-tijolo").
Esse tipo de piso deixa a bolinha quicar com pouca velocidade e prejudica os tenistas acostumados a quadras ``duras", de piso de cimento ou borracha.
Isso prejudica principalmente os norte-americanos, que crescem jogando em quadras duras.
Assim, o Aberto da França costuma favorecer os tenistas europeus (como o espanhol Sergi Bruguera, atual bicampeão), porque esse continente reúne a maioria das quadras de saibro do planeta.
Na chave feminina, as três primeiras cabeças-de-chave são tenistas européias e todas podem ser apontadas como favoritas.
Arantxa Sánchez (Espanha) e Steffi Graf (Alemanha) acumulam quatro títulos em Paris e o triunfo de uma delas pode mudar o ranking mundial (Arantxa lidera e Steffi é a segunda).
Foi no Aberto da França do ano passado que Steffi começou a sentir contusões que a tiraram do topo do ranking, que ocupava tranquilamente desde o afastamento de Monica Seles. ``Vou ressuscitar em Paris", afirmou a alemã.
No entanto, a cabeça-de-chave nº 3 é a francesa Mary Pierce, que no ano passado perdeu a final para Arantxa. Se depender da torcida enlouquecida do público, Pierce vai chegar de novo à decisão.
No masculino, os norte-americanos Andre Agassi e Pete Sampras são os dois primeiros cabeças-de-chave, mas seu favoritismo acaba no papel.
Pelos resultados dos últimos meses, o austríaco Thomas Muster ganha a condição de real favorito. Este ano ele já conquistou cinco títulos em torneios de saibro.
Sergi Bruguera não está em boa fase e é apenas o cabeça-de-chave nº 7, mas pode ser o maior rival de Muster. No ano passado, seu bicampeonato também contou com uma boa dose de sorte.
Na semifinal de 94, começou jogando mal contra Jim Courier (EUA), mas foi favorecido por uma ventania que assolou Paris.
O verdadeiro tufão anulou totalmente o saque de Courier, que estava sendo decisivo para o placar. A partida se transformou numa loteria e Bruguera teve mais sorte.

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