São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995
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Covas quer apoio da Assembléia para negociar fim da intervenção

CARLOS MAGNO DE NARDI
DA REPORTAGEM LOCAL

O governador de São Paulo, Mário Covas só vai fechar uma negociação com o governo federal para encerrar a intervenção sobre o Banespa quando consolidar o apoio da Assembléia para alterar a composição acionário do banco estadual.
Durante jantar com os deputados estaduais tucanos anteontem à noite, Covas expôs seu plano e pediu para a bancada conseguir o apoio dos demais partidos na Assembléia.
Pela negociação entre Covas e a equipe econômica, o Estado continuaria com o controle do banco mas venderia ações com direito a voto e ofereceria bens de São Paulo como garantia ao pagamento da dívida do governo estadual com o Banespa. A dívida hoje é de R$ 12 bilhões.
Em troca, o governo estadual poderia sugerir políticas sociais a serem viabilizadas com financiamentos do Banespa.
Tanto para aprovar a venda de ações quanto para oferecer bens do Estado como garantia, Covas precisa de autorização da Assembléia Legislativa.
Como conta oficialmente com os votos de apenas 22 deputados (17 do PSDB e 5 do PFL), Covas precisa da garantia de que outros partidos votariam a favor de sua proposta.
A Assembléia tem hoje 94 deputados. Para aprovar um projeto são necessários 48 votos (metade mais um).
O líder do PSDB na Assembléia, deputado Milton Flávio, diz que Covas não deve ter dificuldades porque a proposta mantém as características de fomento do banco e permite uma maior participação dos funcionários, que poderiam comprar ações.
Segundo ele, Covas cobrou da bancada uma postura mais ativa assim que a proposta estiver consolidada.
Anteontem, Covas havia dito que o Estado e o BC ``estão próximos a uma definição sobre o Banespa".
Ele, no entanto, não quis dizer quando nem em quais termos deve se dar essa solução.
Para Covas, a solução deve implicar a Assembléia Legislativa, a quem está subordinada qualquer autorização para venda de patrimônio do Estado.
Uma das hipóteses em estudo é oferecer parte do patrimônio do Estado como garantia ao pagamento da dívida estadual com o Banespa, de cerca de R$ 11 bilhões.
Covas se reúne hoje com deputados estaduais e funcionários do Banespa para debater a situação do banco.

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