São Paulo, quinta-feira, 1 de junho de 1995
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Governo decide afrouxar restrições sobre o crédito

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo afrouxou ontem as restrições sobre o crédito, estimulando o aumento de empréstimos bancários e a queda dos juros.
Os bancos que emprestarem mais estarão isentos do depósito compulsório sobre o volume adicional destas operações.
Sobre o total já emprestado, a alíquota de depósito compulsório caiu de 15% para 12%. Depósitos compulsórios são quantias que os bancos são obrigados a recolher ao BC (Banco Central) quando realizam determinadas operações.
Por exemplo, a regra antiga do depósito compulsório obrigava um banco que emprestasse R$ 100 a recolher R$ 15 ao BC. Este total caiu para R$ 12.
Se o banco passar a emprestar R$ 130, o total a ser recolhido continua sendo R$ 12, pois o volume adicional de R$ 30 está isento de compulsório.
A isenção de compulsório será concedida ao excedente de empréstimos em relação ao período entre 15 e 19 de maio.
Como o recolhimento de dinheiro ao BC funciona, neste caso, como uma punição, o afrouxamento do compulsório estimula os bancos a aumentarem seu volume de empréstimos.
A medida foi anunciada ontem, por Pérsio Arida, que informou também estar deixando o BC.
No início da entrevista, o ministro Pedro Malan (Fazenda) fez questão de indicar Pérsio Arida como porta-voz das decisões do CMN. ``Como é tradicional, é o presidente do BC quem anuncia as resoluções do CMN".
Arida afirmou que a medida sinaliza uma intenção do governo de continuar reduzindo as restrições sobre o crédito e os juros.
O depósito compulsório de 15% sobre os empréstimos foi instituído em outubro do ano passado, como parte de uma série de medidas para conter o consumo.
O governo está reduzindo agora estas medidas por temer que o aperto excessivo possa causar uma recessão.

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