São Paulo, sexta-feira, 2 de junho de 1995
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Cozinha coreana é o atrativo do Lua Palace

JOSIMAR MELO
ESPECIAL PARA A FOLHA

O restaurante coreano Lua Palace enriquece uma área da restauração em que São Paulo é pobre: a dos países asiáticos além de China e Japão. Da mesa vietnamita à indonésia, passando pela tailandesa e a coreana, conhecemos pouco; valeria saber mais.
Mesmo sem ser o melhor expoente destas vertentes, chamadas nos EUA de cozinhas étnicas, a coreana tem seus atrativos.
Nela se reflete a influência avassaladora da cozinha chinesa, referência a quase todos os países da região. Mas tem também suas particularidades, como se pode ver pelo cardápio do Lua Palace.
O restaurante nasceu do amor de sua proprietária pela cozinha. Hyuza (no Brasil, Madalena) Cho, 51, e seu marido Chuung (ou Anselmo) Cho, 59, nasceram em Seul e vivem há três décadas no Brasil, onde se conheceram. Até 1991, eles tinham uma confecção; nesse ano, abriram o restaurante, hoje sua única ocupação.
É Hyuza quem cuida da cozinha. Se o dia-a-dia da mesa coreana é preenchido principalmente com legumes e vegetais, além do onipresente arroz, o cardápio do Lua Palace privilegia a comida mais sofisticada e festiva do país.
Todos os pratos vêm acompanhados de uma série de complementos, em potinhos que lembram o ritual da mesa indonésia (embora menos variado).
Deles fazem parte, como couvert ou guarnição, pequenos peixes secos, cubos de carne cozidos em shoyu, acelga cozida e apimentada, nabo em conserva picante, espinafre japonês cozido, molho de missô (pasta de soja fermentada), alface, pepino e cenoura. E, se for pedido, um bom pote de pimenta vermelha.
São os complementos para os pratos principais, os mais espetaculares deles preparados à mesa.
É o caso do caldo de osso de boi, servido com carne (surlãu tã); do bul-gu gui, ``churrasco" de fatias de contrafilé temperadas com shoyu, alho, cebolinha, e fritas pelos clientes numa chapa côncava sobre um fogareiro; ou da caldeirada de frutos do mar (peixes, mariscos, camarões, lulas, legumes e tofu cozidos rapidamente à mesa em leve caldo de carne, que ganha um sabor delicado).
Para começar a refeição, experimente o man-du, um pastel (tipo guioza) frito e recheado com carne, bem delicado.
A ambientação do restaurante não é especialmente cativante, ainda mais porque aromas de carne frita pairam no ar. Em compensação, repare que o parque da Aclimação está a apenas alguns passos -e é o cenário perfeito para uma digestão pacata, como convém aos hábitos orientais.

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