São Paulo, quarta-feira, de dezembro de
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Lei brasileira tem pontos obsoletos

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Na exposição de Auguste Rodin (1840-1917) que será aberta na quarta-feira em São Paulo, na Pinacoteca do Estado, pode-se ver que cada peça de bronze é numerada na base com uma fração: o número de baixo indica o total de cópias feitas pelo fundidor e o de cima, qual dessas cópias é aquela.
O catálogo da exposição indica o ano das fundições. Há, por sinal, muitas cópias recentes, feitas nas décadas de 70 e 80 sob supervisão do Museu Rodin, mas mesmo assim consideradas de qualidade inferior às feitas na época em que o escultor francês estava vivo.
A Folha telefonou a diversos donos de galeria e especialistas em mercado de arte no Brasil e perguntou quantas cópias podem ser feitas de uma escultura. As respostas variaram.
Alguns disseram que, segundo ``uma Convenção de Genebra", pode-se fazer até sete cópias; outros, dez ou 12.
O fato é que a Convenção Universal sobre os Direitos do Autor, realizada em 1971 em outra cidade suíça, Berna, e assinada pelo Brasil, nada diz sobre quantidade e numeração de cópias de escultura.
Já a legislação francesa, por exemplo, é clara sobre o assunto: permite um máximo de 12 cópias. Também exige a numeração de cada, a qual é verificada por um órgão estatal.
``A legislação brasileira segue o modelo francês", diz Costa Neto, ``mas a LDA é obscura e contraditória. Tem de ser revista."
Um problema grave que Costa Neto aponta é o artigo 80 da lei, que diz que a venda de uma obra de arte plástica transmite ao comprador os direitos autorais sobre ela. ``Esse artigo fere até a Constituição Federal", explica, ``que diz que cabe ao autor exclusividade em relação à obra."
(DP)

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