São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995 |
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Central apresentará projeto para salários CRISTIANE LUCCHESI CRISTIANE PERINI LUCCHESI
A idéia é construir uma alternativa à política salarial do governo a partir de julho, quando termina a política salarial atual, de reposição das perdas na data-base de acordo com a variação do IPC-r. ``Queremos ter a nossa própria proposta", afirmou o presidente da CUT, Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho. O diretor da central, Marcelo Sereno, aproveitou uma viagem a Brasília na semana passada para convocar os deputados do PT Jair Meneguelli (SP) -ex-presidente da CUT-, e Paulo Rocha (PA) para um discussão sobre este projeto de lei. ``Não vamos abrir mão de alguma garantia para reposição de perdas salariais", disse Sereno. O sindicalista previu novos conflitos sociais caso o governo insista em não repor perdas com a inflação. ``A greve dos petroleiros mostrou o potencial da luta sindical no país, só uma parte do que o Estado terá de enfrentar", disse Sereno. A CUT tem reunião da Direção Nacional marcada para este mês, na qual vai discutir a possibilidade de greve geral. Mas para José Maria de Almeida -presidente do Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado, antiga Convergência Socialista, corrente mais à esquerda do que a Articulação Sindical de Vicentinho-, a greve geral deveria ter sido detonada em apoio à paralisação dos petroleiros. Sua proposta foi derrotada na reunião da Executiva da central do domingo passado. Almeida foi o único dirigente da CUT que acompanhou a greve, em Brasília, durante os seus 31 dias de duração. ``O PT e a CUT, francamente, acabaram enfraquecendo a greve dos petroleiros, que precisaram recuar para evitar maiores desgastes", afirmou ele. Apesar do ``certo desgaste inegável" resultante da greve, para Almeida, a Federação Única dos Petroleiros sai vitoriosa do movimento, pois ``levou a greve sozinha e mostrou muita unidade". Na Câmara, o líder do PT, deputado Jaques Wagner (BA), fez eco com os sindicalistas. Considerou que o governo usou a greve politicamente, visando a quebra do monopólio do petróleo. Segundo ele, durante a paralisação dos petroleiros, FHC mostrou-se incapaz de obter uma saída negociada. O deputado federal Luciano Zica (PT-SP), petroleiro, foi mais longe: ``Durante esta greve, percebemos que estamos em um sistema parlamentarista e que o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) é o primeiro-ministro". Texto Anterior: CUT tem 4,5 milhões de filiados que trabalham para setor público Próximo Texto: A sueca e os negros Índice |
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