São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995
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Justiça do trabalho tem sede milionária em Alagoas

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

Parte da Justiça do Trabalho de Alagoas vai se instalar nos próximos dois meses em um prédio de nove andares, no qual funcionava um hotel de quatro estrelas.
O prédio, onde antes estava instalado o hotel Praia Mar, foi comprado pela Justiça do Trabalho por R$ 1,8 milhão e está em reformas.
Há oito meses, o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) se instalou em um prédio no qual funcionava outro hotel quatro estrelas, também em Maceió. Esse prédio foi comprado por R$ 1,5 milhão.
Os dois prédios foram comprados com verba do Orçamento da União de 1993. Eles custaram R$ 3,3 milhões, sem incluir as reformas e a compra da mobília e equipamentos. O custo dessas despesas não foi revelado.
Custo
Só os R$ 3,3 milhões seriam suficientes para construir 452 casas populares com 40 metros quadrados cada, pelo padrão da Companhia de Habitação de Alagoas.
A Justiça do Trabalho é responsável pela regulamentação das relações entre trabalhadores e empresários. A maior tarefa da Justiça trabalhista de Alagoas tem sido acompanhar casos de trabalhadores de usinas de cana-de-açúcar.
Donos de usinas têm demolido casas dentro das fazendas, antes ocupadas por funcionários, obrigando os canavieiros a se mudar para favelas nas cidades.
Em quatro anos, 40 mil casas foram demolidas nas usinas de Alagoas, conforme revelou a Agência Folha no domingo.
Em Pernambuco, 50 mil casas foram derrubadas em circunstâncias idênticas.
O presidente do TRT de Alagoas, Francisco Osani de Lavor, 52, afirma que a Justiça do Trabalho não pode intervir na derrubada porque ela acontece depois que acaba o vínculo empregatício entre patrões e trabalhadores.
Lavor disse que considera ``um bom negócio" a compra dos prédios. Segundo ele, fica mais barato ter sede do que pagar aluguel.

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