São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995
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Perguntam no que eu penso

DA REPORTAGEM LOCAL

A cena acontece com frequência. Depois de transar, quando ele vira para o lado e fica em silêncio, ela dispara: ``no que você está pensando?"
Para alguns homens, a pergunta, aparentemente simples, é capaz de detonar um acesso de fúria.
``É muito chato quando elas perguntam o que está passando pela minha cabeça. Se a pergunta é feita enquanto estou transando é pior ainda. Eu broxo", diz Laert Sarrumor, 37, vocalista do Língua de Trapo.
Para fugir da situação, Laert desenvolveu um método próprio. ``Depois de transar, levanto rápido, vou tomar banho e sumo."
O estudante de administração de empresas José Zitelmann, 20, também odeia quando elas fazem a fatídica pergunta. ``Não entendo por que elas precisam saber no que eu penso. Acho que é uma invasão de privacidade", diz.
Quando está pensando em alguma coisa que acha que a companheira não deva saber, Zitelmann não vacila.
``Minto. Digo que não estou pensando em nada ou invento uma besteira qualquer. Perguntas em excesso estragam qualquer relacionamento. Principalmente os que ainda estão começando."
O economista Ricardo Binelli, 25, concorda. ``Me sinto cobrado quando elas perguntam demais no que eu estou pensando. Mas, se a pergunta é feita uma vez só, não ligo" afirma.
Binelli diz que, às vezes, a pergunta pode até ajudar. ``Se a gente está querendo dizer alguma coisa e não sabe como iniciar a conversa, esse tipo de pergunta é a chave de tudo", afirma.

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