São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995
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Tratamento precoce evita deformidade na coluna

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Só o diagnóstico e o tratamento precoces evitam que crianças e adolescentes com escoliose -um desvio lateral da coluna- venham a desenvolver deformidades físicas e dores nas costas.
A escoliose pode surgir de forma bastante agressiva durante a fase de crescimento. Em poucos meses, sem que os pais percebam, a coluna da criança ``entorta".
A fase de ``estirão" (crescimento acelerado que acontece no início da puberdade) é o momento mais crítico desse processo.
Cerca de 70% dos casos de escoliose em crianças e adolescentes são idiopáticos (não se consegue estabelecer uma causa).
O ortopedista Wilson Fábio Negrelli, especialista em coluna, explica que filhos de pais com escoliose têm maior chance de desenvolver a doença.
Os sinais iniciais mais comuns são o desalinhamento dos ombros ou dos quadris (cintura), um braço mais afastado do corpo do que o outro e a formação de um ``abaulamento" no tórax -espécie de ``corcunda" de um só lado (veja quadro abaixo).
As primeiras pessoas que podem observar essas assimetrias são os próprios pais, o pediatra ou os professores de educação física.
O fisioterapeuta Celso Luis Dias diz que a evolução da doença produz, além do desvio lateral, uma rotação da coluna sobre seu eixo longitudinal (sentido do comprimento). A rotação das vértebras da coluna é um sinal de agravamento da escoliose.
O diagnóstico é feito através do exame físico da criança e da realização de de um raio X de tórax (que fornece dados sobre o ângulo do desvio da coluna).
O principal objetivo dos tratamentos é evitar que esse ângulo se acentue. Segundo Negrelli, é muito difícil reverter um desvio que já está estruturado.
Fisioterapia
As técnicas de fisioterapia são a melhor forma de tratamento para os desvios menores (ângulo até 20º). Os exercícios vão ``segurar" a curvatura da coluna vertebral e impedir que a escoliose se acentue.
O tratamento não pode ser interrompido durante toda a fase de crescimento. No ``estirão", ele deve ser intensificado.
Nas meninas, o ideal é que o tratamento comece antes da menarca (primeira menstruação). Essa é a fase em que elas crescem mais rapidamente e que seu esqueleto ainda está mais flexível.
Segundo a fisioterapeuta Presciliana Straube de Araújo, diversas técnicas podem ser utilizadas para tratar a escoliose.
Os coletes ortopédicos e as cirurgias de coluna são as opções de tratamento para os casos mais graves (curvas mais acentuadas, instabilidades da coluna e deslocamentos laterais do tronco).

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