São Paulo, domingo, 4 de junho de 1995
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Saldo mensal precisa ficar acima de US$ 530 mi

DA REPORTAGEM LOCAL

Nos quatro primeiros meses deste ano, as exportações alcançaram o montante de US$ 13,1 bilhões, com um crescimento de 4,8% sobre os US$ 12,5 bilhões de igual período em 94.
As importações, porém, subiram 93,9%, passando de US$ 8,2 bilhões em 94 para US$ 15,9 bilhões em 95.
O resultado foi um saldo negativo de US$ 2,787 bilhões na balança comercial do país de janeiro a abril deste ano.
A tendência se manteve em maio. Se forem confirmadas as previsões extra-oficiais de mais US$ 900 milhões no mês passado, o déficit comercial sobe para US$ 3,7 bilhões.
Aí, para fechar o ano com superávit, o país terá de gerar excedentes mensais na conta de comércio exterior acima de US$ 530 milhões a partir de junho.
``O déficit está alto demais e o governo vai ter que tomar medidas agora para reverter essa situação", diz o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore.
Para ele, medidas como altas taxas de juros para desacelerar o consumo e aumento das tarifas de importação são ineficazes para fazer o superávit voltar.
Pesa contra as expectativas de um superávit comercial o tradicional aquecimento da economia no segundo semestre, que significa uma demanda maior por importações e redução nas exportações, segundo o economista Odair Abate, do Lloyds Bank.
Apesar disso, Abate diz que a volta do superávit é possível apenas com uma correção gradual da taxa de câmbio até o limite de R$ 1 no segundo semestre.
A condição, segundo ele, é que o ritmo de crescimento da economia recue para o patamar de 1,5% a 3% no ano.
A Argentina, com o câmbio fixo desde 91, lembra Abate, vem obtendo superávits comerciais desde março deste ano, depois que a economia do país desacelerou, crescendo a uma taxa de 1,4%.

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