São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995
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Negociação avança pouco no primeiro dia

DA SUCURSAL DO RIO

A primeira reunião de negociação dos petroleiros com a Petrobrás terminou às 19h45 de ontem. Segundo o coordenador da FUP (Federação Única dos Petroleiros), Antônio Carlos Spis, está mantido o impasse sobre a readmissão dos demitidos durante a greve.
Spis disse que já está marcada a próxima reunião para amanhã, às 14h. O sindicalista afirmou que ``a principal questão é a dos demitidos", mas acredita que ``as portas não estão fechadas". Para Spis, ``a questão econômica está na pauta de negociações."
A FUP vai dar um informe para todos os sindicatos que realizarão assembléias hoje para definir os próximos passos dos petroleiros.
As negociações entre petroleiros e Petrobrás começaram ontem com os dois lados falando em acordo mas mantendo suas posições iniciais sobre as reivindicações salariais dos trabalhadores.
Segundo a assessoria da Petrobrás, Spis foi ``o primeiro" petroleiro demitido na greve encerrada sexta-feira. Mesmo assim permanece à frente das negociações, como líder sindical.
Já o negociador oficial da Petrobrás, o chefe de gabinete da presidência e diretor interino de recursos humanos, Cid Rodrigues, 54, disse que a Petrobrás não admite rever cláusulas salariais antes da data-base dos petroleiros em setembro. Ambos, no entanto, disseram acreditar nas negociações.
Anteontem, a Petrobrás antecipou o pagamento de 40% do salário de seus funcionários, que seria realizado apenas no dia 10.
Segundo Rodrigues, a antecipação salarial concedida anteontem pela empresa ``sinaliza com a boa vontade da direção da Petrobrás".
Spis disse, ao chegar para o encontro, que ``não existe negociação com intransigência" e que ``a negociação pressupõe que os dois lados coloquem suas propostas. Os dois lados têm que ceder".
O coordenador da FUP afirmou que haveria reivindicação salarial, ``sem dúvida". ``Claro que temos reivindicações econômicas. Temos exercícios de cálculos para serem postos na mesa", afirmou Spis.
As principais reivindicações dos petroleiros são a admissão imediata dos demitidos, o não desconto dos 31 dias de paralisação e reposição de perdas salariais de setembro de 94 até abril de 95.
Reduc
Nas últimas duas semanas da greve dos petroleiros, sindicatos de categoria, direção da Petrobrás e distribuidoras de combustíveis divulgaram informações contraditórias sobre o nível de produção de petróleo e derivados.
Segundo a direção da Reduc (Refinaria de Duque de Caxias), a produção de petróleo da refinaria esteve estabilizada em 6.000 barris por dia nas duas últimas semanas do mês passado.
O Sindicato de Duque de Caxias, oficialmente, negou a informação. Mas muitos petroleiros em greve reconheceram que uma das três unidades de destilação da Reduc estava em operação.
Na bacia de Campos, do dia 26 ao dia 30 do mês passado, a Petrobrás divulgou que a produção de petróleo esteve entre 40% e 45% por cento do normal.
O Sindipetro (Sindicato dos Petroleiros) de Macaé (184 km do Rio) informou que a produção de petróleo na bacia de Campos esteve, neste período, em cerca de 20% do normal.
Ainda na bacia de Campos, o Sindipetro divulgou a existência de um vazamento de óleo no mar, devido à desqualificação do pessoal que estava trabalhando na operação. A Petrobrás negou.

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