São Paulo, quarta-feira, 7 de junho de 1995
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Monkees evocam ilusão e inocência dos anos 60

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Para grande parte dos músicos e ativistas da cena psicodélica dos anos 60, uma parte do pop mundial nunca existiu.
Ao contrário de todos aqueles que se preocupavam em ``revolucionar a mente", grupos como The Monkees ou a brasileira Celly Campelo eram vistos como um excelente e bem-sucedido truque da indústria. O chamado ``Bublegum". Música para se mascar e depois jogar, casualmente, fora.
Seus fãs, ao contrário, continuam colecionando, quase 30 anos depois, seus discos, biografias e filmes, certos de que não foram vítimas de uma ilusão. E talvez, a maior de todas, tenha sido os Monkees.
A idéia de um grande truque vem das origens dos Monkees. Formado por Davy Jones, Micky Dolenz, Michael Nesmith e Peter Tork, o grupo foi criado para ser um sucesso de marketing -e audiência- da rede NBC, em 1966.
Antes mesmo de estrearem o ``show" pela TV, já estavam gravando o primeiro disco. O problema é que, com exceção de Jones e Nesmith, que conheciam algo de música, os outros eram apenas atores.
A solução foi a dupla Tommy Boyce e Bobby Hart, que cuidava da produção e da maioria das composições. Músicos de estúdio tocavam, e os Monkees apenas colocavam suas vozes nos arranjos.
Esse é um dos três discos do grupo que estão sendo lançados agora no Brasil, ao lado de ``The Birds, The Bees & The Monkees", de 1967, que traz ``Day Dream Believer", e ainda ``Changes", gravado em 1970, tendo apenas Jones e Dolenz da formação original. Deixa de lado ``More of Monkees" e ``Headquarters", seus melhores discos.
Existe alguma maneira de explicar ou culpar o grupo? Como disse Micky Dolenz, sobre a acusação de fraude, ``ninguém deve esperar que o ator seja o personagem quando o filme termina".

Disco: The Monkees, The Birds, The Bees..., Changes
Banda: The Monkees
Preço: R$ 15 (o CD, em média)

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