São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Manifestantes mostram notas

DENISE MADUEÑO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Xingamentos, bate-boca, vidros quebrados, denúncias contra deputados favoráveis ao fim do monopólio, manifestante passando mal, dissidência partidária e gritos marcaram a sessão na Câmara que votou a emenda que acaba com o monopólio do petróleo.
Quando foi anunciado o resultado, os manifestantes favoráveis ao monopólio pressionaram o vidro que isola as galerias do plenário. Eles acenavam com notas de R$ 1. ``Eu vim aqui. Fazer o quê? Ver deputado se vender", gritavam os manifestantes.
O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), mandou a segurança retirar os manifestantes mais exaltados. Durante toda a sessão, Luís Eduardo tentava, aos gritos, conduzir os trabalhos.
Interrompia os deputados que ocupavam a tribuna para defender suas posições assim que se esgotava o prazo de cinco minutos que cada parlamentar tinha para se manifestar.
O relator da emenda, Lima Netto (PFL-RJ), foi chamado de ``vendido" pelo grupo da oposição que ocupou o centro do plenário. A oposição foi responsável pela maior parte do barulho.
Alguns deputados do PT e do PC do B fizeram uma capa com a bandeira brasileira, amarrando-a no pescoço. A oposição tentou impedir que o relatório fosse votado depois da denúncia do deputado Marcelo Deda (PT-SE) contra o relator, Lima Netto (veja abaixo), mas Magalhães não cedeu.
No canto do plenário, Deda e Netto travaram uma discussão: "É antiético. Depõe contra a imagem da Câmara. Você é um homem público", disse Deda.
O deputado se referia à contribuição que o relator teve da empresa do setor de petróleo Ipiranga durante sua campanha eleitoral.
"A minha consciência não vale US$ 46 mil. Isso significa que o PT nunca vai relatar projetos porque recebeu dinheiro de empreiteiras durante a campanha", respondeu Netto.
"O PT sempre votou contra interesses das empreiteiras. O PT tem pedigree e honestidade", disse Deda.

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