São Paulo, quinta-feira, 8 de junho de 1995
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Loyola vai ao Senado defender desindexação

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente indicado do Banco Central, Gustavo Loyola, defenderá hoje em sabatina no Senado a redução imediata das regras de correção automática de salários, contratos e impostos pela inflação.
Loyola abordará também a privatização de bancos estaduais e as medidas que o governo tomará para reduzir o arrocho ao consumo.
Loyola não revelará quem são os clientes da empresa MCM Consultores, onde trabalhava antes da indicação para o BC, embora pergunta nesse sentido seja esperada.
Segundo a Folha apurou, Loyola deverá anunciar que deixou a sociedade na empresa e, por razões éticas, os clientes da MCM devem ser mantidos em sigilo.
Em conversas prévias com parlamentares, Loyola defendeu a desindexação (fim da correção automática pela inflação) imediata, posição igual à do presidente demissionário do BC, Pérsio Arida.
Loyola despachou ontem no gabinete anexo à presidência do BC, recolhendo os últimos dados para a sabatina de hoje.
O relator de sua indicação no Senado, Pedro Piva (PSDB-SP), recomendará a aprovação de Loyola. Piva é um dos articuladores da aprovação-relâmpago de Loyola.
Mailson
O ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega, sócio da MCM Consultores, criticou ontem o projeto que disciplina o trânsito de dirigentes entre o Banco Central e o mercado financeiro.
O projeto, de autoria do ex-presidente Itamar Franco (quando ele ainda era senador), ganhou força no Congresso desde que Gustavo Loyola, então sócio de Mailson, foi indicado para presidir o BC.
``Se isso for aprovado, será motivo de chacota internacional", disse em palestra na Confederação Nacional dos Transportes.
O projeto de Itamar cria um prazo mínimo durante o qual dirigentes demissionários do BC não poderiam atuar na iniciativa privada.
Mailson disse ontem que ``a imprensa inventou um vazamento de informação" ao noticiar que sua empresa informou antecipadamente a troca de comando no BC.

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