São Paulo, sexta-feira, 9 de junho de 1995
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Dorothéa só aceita 70 mil carros

ARTHUR PEREIRA FILHO; ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O governo espera que apenas mais 70 mil veículos importados entrarão no país até o fim deste ano.
A informação é da ministra Dorothéa Werneck (Indústria, Comércio e Turismo). A expectativa oficial é de um total de 350 mil veículos importados em 95, o dobro de 94.
A ministra informou que a importação representa 20% da estimativa para a produção de 1,7 milhão de veículos este ano.
``Isso é uma proporção muito elevada quando se sabe que no Japão é de 8% e nos EUA de 11% da produção nacional", disse.
Loucura
Dorothéa revelou que ``movidos por um surto de loucura", os importadores solicitaram guias para a importação de 1,6 milhão de veículos este ano.
A ministra confirmou ainda que está em estudos no governo uma política industrial para o setor têxtil, que incluirá salvarguardas tais como cotas ou tarifas para proteger os fabricantes nacionais das importações excessivas.
Ela fez essas declarações na cerimônia de posse da nova diretoria da Abipla (Associação Brasileira da Indústria de Materiais Plásticos), ontem, na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Importadores
Os importadores querem que o governo garanta a entrada no país de mais 100 mil veículos até o final do ano.
Emílio Julianelli, presidente da Abeiva (associação dos importadores), diz que esse é o total de carros que já receberam autorização de importação.
``Não aceitamos o artigo 17 da minuta da MP, que prevê cancelamento das guias de importação já emitidas. Elas se referem a negócios fechados", explica Julianelli.
O presidente da Abeiva diz que as 32 marcas filiadas à entidade têm 40 mil unidades nos portos, 25 mil em navios a caminho do Brasil e outros 35 mil carros em produção.
Para Julianelli, a proposta de limitar a importação até o final deste ano em 47 mil veículos (3% da produção nacional registrada em 94) é ``inaceitável".
Ele disse ter recebido a garantia dos ministros José Serra (Planejamento) e Dorothéa Werneck (Indústria e Comércio), de que o setor será chamado a discutir a medida e propor alterações.
(Arthur Pereira Filho e Antonio Carlos Seidl)

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